A classificação heroica do Flamengo para a final da Libertadores, conquistada sem seu artilheiro, deu início a uma nova batalha: uma corrida frenética contra o relógio. O clube agora concentra todos os seus esforços médicos e físicos para tentar recuperar Pedro a tempo da grande decisão contra o Palmeiras, marcada para o dia 29 de novembro, no Estádio Monumental de Lima, no Peru.
O técnico Filipe Luís, embora otimista, prega cautela, mas sonha em contar com seu homem-gol, mesmo que por alguns minutos.
O Diagnóstico: Fratura Imobilizada e Tratamento Conservador
A boa notícia em meio ao drama é que o departamento médico descartou a necessidade de cirurgia. Pedro sofreu uma fratura sem desvio na ulna (um dos ossos do antebraço direito) no primeiro jogo da semifinal contra o Racing, no dia 22 de outubro. O tratamento escolhido foi o conservador, que consiste na imobilização total do local.
A imprensa especializada apurou que o prazo inicial de imobilização gira em torno de quatro semanas. O problema é o calendário: a final acontece no dia 29 de novembro, exatos 37 dias após a data da lesão.
Por que o Banco é o Cenário Mais Provável para Pedro?
A grande questão é o tempo de recondicionamento. Se a imobilização durar as quatro semanas previstas (até cerca de 20 de novembro), Pedro terá apenas cerca de 10 dias para voltar a treinar com o grupo e recuperar o ritmo antes da viagem para Lima. Esse prazo é considerado muito curto para que um atleta de alto rendimento atinja a condição física ideal para ser titular em um jogo de 90 minutos.
Por isso, as projeções editoriais mais realistas apontam para os seguintes cenários:

- Banco de Reservas (15-30 minutos): 55% de chance. Este é o cenário-base e o mais provável. Com a liberação médica na semana da final, ele teria condições de atuar como um “trunfo” no segundo tempo, oferecendo presença de área e poder de finalização.
- Fora da Partida: 30% de chance. Se houver qualquer resquício de dor, insegurança do atleta ou se a consolidação óssea não estiver 100% nos exames, o DM vetará sua participação.
- Titular desde o Início: 15% de chance. É o cenário mais improvável, pois exigiria uma recuperação “milagrosa” e que o jogador atingisse o pico físico em pouquíssimos dias de treino.
O Plano B de Filipe Luís: O Ataque “Fluido” do Flamengo
Enquanto corre contra o tempo por Pedro, o Flamengo já provou que pode vencer sem ele. Na partida de volta contra o Racing, Filipe Luís apostou em um ataque mais móvel, sem um “9” de ofício, utilizando a velocidade de Luiz Araújo e Gonzalo Plata, com a genialidade de Arrascaeta e Carrascal vindo de trás.
Essa formação “fluida” é o Plano B consolidado. Ter Pedro, no entanto, devolve ao time o Plano A: a capacidade de fazer o pivô, fixar os zagueiros do Palmeiras (Gustavo Gómez e Murilo) e ser a referência letal na bola parada.
Análise: A Pressão pela Final de R$ 136 Milhões
A corrida do Flamengo para ter Pedro em campo se justifica. A final da Libertadores paga ao campeão um prêmio de US$ 24 milhões (cerca de R$ 136 milhões). Ter o artilheiro em campo, mesmo que por poucos minutos no banco, muda a “gravidade” do ataque rubro-negro e a estratégia defensiva do adversário.
Filipe Luís sabe que, contra um rival do nível do Palmeiras, a simples ameaça de Pedro no banco de reservas já altera o jogo. O clube faz certo em usar todos os recursos médicos, mas a decisão final será clínica, não emocional, como o próprio treinador já sinalizou. A prioridade é não arriscar a carreira do atleta, mas a esperança de tê-lo na decisão segue viva.