A notícia de que a volta de Neymar aos gramados pelo Santos foi novamente adiada, com o craque fora do jogo contra o Palmeiras e mirando o confronto com o Flamengo em 9 de novembro, pode soar frustrante para a torcida. No entanto, a análise da decisão revela uma estratégia de risco calculado, quase desesperada, onde o clube opta por “guardar” seu maior trunfo para os momentos mais críticos da luta contra o rebaixamento.
A justificativa do gramado sintético do Allianz Parque é válida, mas a verdade é que o Santos está gerenciando a frágil condição física de Neymar com a precisão de um cirurgião, apostando tudo na sua presença (mesmo que limitada) na reta final.
A Análise da Cautela Extrema: O Histórico Pesa
A decisão de adiar o retorno não é mero capricho. Ela é fruto direto do histórico recente de lesões musculares que assombraram Neymar em 2025. Cada retorno precipitado pode significar uma nova ausência, e o Santos simplesmente não pode mais se dar a esse luxo.
O clube, em coordenação com a equipe do jogador (NR Sports), optou pelo caminho mais seguro: evitar a qualquer custo o risco de uma nova lesão no gramado sintético e usar as próximas semanas para uma transição gradual ao campo, visando minutos controlados contra o Flamengo.
A Matemática do Desespero: Flamengo x Neymar
A estratégia se justifica pela tabela. O Santos flerta perigosamente com o Z4 (16º, com 31 pontos). As projeções indicam que a “zona de segurança” está na casa dos 42-45 pontos. Isso significa que o time precisa somar entre 11 e 14 pontos nas 10 rodadas finais.
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Nesse cenário, sacrificar o jogo fora de casa contra o vice-líder Palmeiras (onde a chance de pontuar já seria naturalmente menor) para ter Neymar, mesmo que por poucos minutos, contra o Fortaleza (em casa, rival direto) e, principalmente, contra o Flamengo e na sequência final, faz sentido estratégico. É uma aposta: vale mais ter Neymar 100% (ou quase isso) por menos jogos do que arriscar perdê-lo de vez.
O Impacto de Neymar
Mesmo que retorne jogando apenas 20 ou 30 minutos por partida, a presença de Neymar muda o patamar do time. Ele oferece:
- Qualidade no Último Passe: A capacidade de “achar” um gol onde ninguém mais vê.
- Bola Parada: Uma arma letal em jogos truncados.
- Controle e Cadência: A inteligência para segurar a bola e “esfriar” a pressão adversária.
Em uma briga tão apertada contra o rebaixamento, esses lampejos podem ser a diferença entre somar um ponto crucial ou sair de mãos abanando.
Veredito
A decisão do Santos é a mais racional possível diante da encruzilhada: um ídolo genial, porém fisicamente frágil, e a ameaça iminente do rebaixamento. Adiar a volta de Neymar é frustrante, mas é a aposta correta. É a tentativa de garantir que o maior trunfo do clube esteja minimamente disponível quando cada ponto valer ouro. O risco é calculado, e a esperança da torcida santista agora se concentra no dia 9 de novembro, no Maracanã.