O nome de Paulo Dybala voltou a esquentar os bastidores do Flamengo, mas a fumaça, por enquanto, tem mais a ver com o calendário do que com o fogo de uma negociação real. A checagem de jornalistas como Venê Casagrande é clara: não há conversas em andamento entre o clube e o craque argentino.
A análise do cenário, no entanto, revela por que o rumor ressurge com força agora: a partir de janeiro, Dybala entra na janela legal para assinar um pré-contrato com qualquer clube fora da Itália. O calendário abriu a porta da especulação, mas a planilha de custos do Flamengo, hoje, a mantém fechada.
A Análise do Timing: A Regra dos Seis Meses
O contrato de Dybala com a Roma vai até junho de 2026. Pela regra da FIFA, nos últimos seis meses de vínculo (ou seja, a partir de 1º de janeiro de 2026), ele pode assinar um “pré-contrato” com qualquer clube de outro país para se transferir de graça ao final da temporada europeia.
É essa janela regulatória que explica por que seu nome volta a ser ligado a potências financeiras fora da Itália, como o Flamengo. O mercado sabe que ele estará “livre” (sem taxa de transferência) em breve.
A Análise dos Obstáculos: O Preço da Grife (e o Risco)
Se a oportunidade contratual existe, por que o Flamengo não avança? Os obstáculos são gigantescos:

O Custo Proibitivo: Mesmo sem taxa de transferência, a “conta Dybala” é astronômica. Seu salário atual na Roma é estimado em quase € 13 milhões brutos por ano (mais de R$ 6 milhões por mês). Além disso, uma contratação “livre” exige o pagamento de luvas (bônus de assinatura) milionárias. É um pacote financeiro em padrão europeu, muito acima do teto praticado no Brasil.
A Prioridade do Jogador: Historicamente, jogadores do calibre e da idade de Dybala (32 anos em 2026) priorizam permanecer na Europa ou aceitar propostas ainda mais lucrativas de mercados como Arábia Saudita ou MLS. Uma vinda para o Brasil exigiria uma mudança radical em seu plano de carreira.
O Histórico Físico: Dybala passou por uma cirurgia na coxa em março de 2025. O histórico recente de lesões é um fator de risco que qualquer clube interessado precisa colocar na balança antes de fazer um investimento tão alto.
A Posição do Flamengo: O clube, hoje, monitora o mercado em busca de oportunidades, mas não está em modo de “ataque” para uma contratação desse porte e risco financeiro.
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Flamengo vai apostar no craque?
O “boato Dybala” é um reflexo do calendário e do poder da marca Flamengo, capaz de ser associada aos maiores nomes do futebol mundial. No entanto, a realidade financeira e a lógica do mercado tornam a operação, neste momento, altamente improvável. O Flamengo observa, como observa dezenas de outros jogadores em fim de contrato.
Mas transformar observação em negociação exigiria um alinhamento de planetas: Dybala teria que querer jogar no Brasil, aceitar uma redução salarial drástica (ou o Flamengo encontrar um patrocinador para bancar a operação), e o clube teria que assumir um risco financeiro e físico considerável. Hoje, a chance é remota.