A especulação de uma “troca” entre Rodrigo Garro, do Corinthians, e Michael, do Flamengo, é o exemplo perfeito de um boato que faz todo o sentido em campo, mas que morre instantaneamente na planilha. Embora a ideia de ter Garro no Rio e Michael em São Paulo agrade taticamente, a análise financeira da operação revela um abismo de valores que torna o negócio, nos moldes de uma troca simples, uma fantasia de mercado.
Flamengo: A Lógica Esportiva (Onde o Rumor Nasce)
O boato ganha força porque, taticamente, a troca resolve problemas. O Flamengo monitora Garro há meses por ver nele o meia canhoto, criativo, capaz de dividir a carga com Arrascaeta. O Corinthians, por sua vez, carece de um ponta de velocidade e drible, características que sobram em Michael.
Corinthians: A Análise Financeira (Onde o Rumor Morre)
A troca direta é impossível por uma razão simples: Rodrigo Garro vale, hoje, o triplo de Michael.

- Rodrigo Garro (Corinthians): Avaliado pelo Transfermarkt em € 13 milhões. Tem contrato até 2028 e uma multa protetiva de R$ 300 milhões para o Brasil. É o principal ativo técnico do clube.
- Michael (Flamengo): Avaliado em € 4 milhões. Tem um salário alto (cerca de R$ 1,5 mi/mês) e um contrato também longo (até 2028).
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Uma “troca” só seria viável se o Flamengo enviasse Michael mais uma compensação financeira gigantesca, algo próximo de € 9 milhões (R$ 57 milhões), o que descaracteriza totalmente a ideia de um simples “swap”.
E os Negócios Separados?
Se a troca é inviável, as negociações individuais também são improváveis no momento:
Garro no Flamengo: O Corinthians não tem o menor interesse em vender seu camisa 10 e principal jogador para um rival direto, a menos que o Flamengo pague um valor absurdo, o que não deve acontecer.
Michael no Corinthians: A própria imprensa paulista já noticiou que o Corinthians tirou Michael da lista de alvos para 2026, esfriando qualquer possibilidade.
Opinião
O cenário mais provável (estimado em 55%) é que nada aconteça. A “troca” entre Garro e Michael é um ruído de janela alimentado pelo desejo da torcida e pela lógica tática, mas que ignora a realidade financeira. O Corinthians não vai abrir mão de seu maior ativo por um jogador que vale três vezes menos, e o Flamengo não vai pagar uma fortuna para que o negócio se equilibre.