A negociação para a renovação de contrato do técnico Filipe Luís no Flamengo expõe um contraste financeiro impressionante no orçamento do clube. Enquanto o treinador busca uma valorização justa pelo bom trabalho, seus vencimentos atuais são quase dez vezes menores que os do meia Jorginho, dono do maior salário do elenco e da história do clube.
A Diferença nos Vencimentos no Flamengo
Os números, baseados em apurações de diferentes veículos da imprensa esportiva, mostram a disparidade:
- Jorginho (Meia): O camisa 21 tem um pacote salarial que, somando vencimentos, direitos de imagem e encargos, chega a aproximadamente R$ 2,9 milhões por mês.
- Filipe Luís (Técnico): Em seu primeiro contrato como treinador, seus vencimentos giram em torno de R$ 300 mil mensais, valor considerado o menor entre os comandantes dos 12 grandes clubes do Brasil, segundo o jornalista Jorge Nicola.
A diferença é gritante: o salário de Jorginho é cerca de 9,7 vezes maior que o de Filipe Luís.
O Que Filipe Luís Pede para Renovar?
O bom desempenho do Flamengo sob seu comando deu a Filipe Luís a moral para buscar uma valorização. A negociação, que deve se intensificar em outubro, gira em torno de três pontos principais:
- Reajuste Salarial: Partindo da base de R$ 300 mil.
- Prazo Maior: Um novo contrato que se estenda até 2027.
- Multa Rescisória Mais Alta: A atual é considerada baixa (cerca de três salários).
Recentemente, o treinador recusou uma sondagem do Fenerbahçe, da Turquia, com valores que chegariam a R$ 3 milhões mensais, sinalizando seu desejo de permanecer no Ninho do Urubu.
Duas Lógicas no Mesmo Orçamento
O contraste salarial reflete duas lógicas distintas. De um lado, o Flamengo investiu em um pacote financeiro de “nível europeu” para contratar uma estrela consolidada como Jorginho. Do outro, apostou em um técnico promissor, em início de carreira, com um salário de estreia.
É natural e justo que Filipe Luís peça um reajuste significativo. Mesmo que seus vencimentos dobrem ou tripliquem, ainda ficariam muito abaixo do patamar do principal jogador do elenco. O desafio da diretoria rubro-negra é encontrar um ponto de equilíbrio que reconheça o mérito esportivo do treinador sem criar um desequilíbrio na folha salarial de sua comissão técnica.