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Flamengo recusou R$ 109 milhões por Pedro e agora tem ‘guerra’ por super aumento

Dizer “não” a uma proposta de quase R$ 110 milhões tem um preço. E para o Flamengo, a conta chegou rápido. Poucos dias após recusar uma investida de até US$ 20 milhões do Al-Rayyan, do Catar, pelo centroavante Pedro, a diretoria rubro-negra agora se vê em um cabo de guerra nos bastidores.

O estafe do jogador, empoderado pela valorização, voltou a cobrar a renovação de contrato com um “super aumento” salarial.

A informação, que circula na Gávea, mostra o efeito colateral de blindar um craque: para mantê-lo feliz, é preciso pagar o preço de seu novo status de “inegociável”. A novela, que estava congelada desde maio, foi reativada com força total.

A Batalha pela Hierarquia Salarial

O centro da disputa é a hierarquia da folha salarial do Flamengo. Atualmente, Pedro recebe cerca de R$ 1,1 milhão por mês, valor considerado “defasado” por seu estafe quando comparado a outros protagonistas do elenco, como Bruno Henrique (cerca de R$ 1,8 mi).

Ao recusar uma oferta que o valoriza em mais de R$ 100 milhões no mercado, o Flamengo, na prática, admitiu que ele é um dos ativos mais valiosos do clube. Agora, o jogador quer que seu salário reflita essa importância. A pressão é para que ele seja reposicionado no topo da pirâmide, com vencimentos compatíveis com seu protagonismo.

A Ressurreição do Artilheiro

A cobrança do estafe ganha ainda mais força pelo momento espetacular de Pedro em campo. Após um período de recuperação de lesão, o camisa 9 vive sua melhor sequência na temporada. Nos últimos 11 jogos, ele teve 9 participações diretas em gols, incluindo o hat-trick na goleada histórica de 8 a 0 sobre o Vitória. Ele não é apenas um ativo financeiro; é a principal referência técnica do ataque de Filipe Luís.

O Impasse na Gávea: Boto x Presidência?

Nos bastidores, o que se diz é que o diretor de futebol, José Boto, já tinha um acordo operacional alinhado com o estafe do jogador em maio. No entanto, a presidência do clube optou por “congelar” a pauta. Agora, com a pressão da proposta recusada e do desempenho em campo, o tema volta à mesa com urgência.

A Crise que o Sucesso Criou

O Flamengo fez o movimento correto ao dizer “não” a uma proposta que considerou baixa. O custo inevitável, no entanto, é ter que pagar a conta dessa valorização. Com contrato até 2027, o clube pode ditar o ritmo da negociação, mas ignorar o tema seria um erro.

Elencos vitoriosos vivem de sinais, e o recado do mercado foi claro. O próximo recado precisa ser interno: qual é o lugar de Pedro na hierarquia do projeto? Se o Flamengo quiser o melhor de seu artilheiro, a resposta — seja com reajuste, bônus ou ambos — terá de vir tanto no gramado quanto na folha de pagamento.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.