O Flamengo bateu o martelo e vendeu mais uma de suas joias da base. O meia-atacante Matheus Gonçalves, de 20 anos, foi negociado com o Al-Ahli, da Arábia Saudita, por € 8 milhões (cerca de R$ 50 milhões na cotação atual).
A negociação encerra um mês de idas e vindas sobre o futuro do jogador — que chegou a ter a venda para o Cruzeiro praticamente selada — e reforça a estratégia rubro-negra de monetizar seus ativos da base no auge da exposição.
O negócio: quanto entra e por que saiu agora
A cifra de € 8 milhões é significativamente superior às ofertas que o Flamengo tinha na mesa há algumas semanas. O Cruzeiro havia chegado a um acordo por € 3,5 milhões por 50% dos direitos do atleta.
No entanto, o Rubro-Negro recuou na negociação, apostando na valorização do jogador durante a Copa Intercontinental Sub-20. A aposta deu certo.
A grande atuação do meia no torneio, onde foi protagonista, atraiu o interesse do mercado saudita e elevou o sarrafo da negociação. Para a diretoria, a saída por um valor à vista mais alto passou a fazer mais sentido.
Contexto: da joia da base ao ‘sem espaço’ no profissional
A trajetória recente de Matheus Gonçalves ilustra um dilema comum nos grandes clubes. Ele foi peça-chave e titular absoluto na conquista do bicampeonato da Copa Intercontinental Sub-20, com atuações decisivas. No entanto, no elenco profissional de Filipe Luís, com a forte concorrência no setor, ele perdeu minutos em campo.
A equação clássica do clube formador apareceu: pouca minutagem no time de cima somada a um mercado aquecido após um título importante. Para o jogador, a Arábia Saudita representa a chance de um contrato robusto e uma sequência de jogos como titular. Para o Flamengo, a liquidez imediata para investir em outras frentes.
Análise: uma venda no tempo certo
Como bem analisou um colunista, “a operação tem cara de timing bem escolhido”. O Flamengo vende o jogador por um valor acima de sua cotação pública no Transfermarkt (avaliado em € 5 milhões), logo após uma grande vitrine internacional.
Há sempre o risco de ver o atleta “explodir” em outro ambiente, mas o recado da diretoria é claro: a gestão de ativos exige frieza para transformar potencial em caixa quando o contexto técnico não garante a evolução do jogador no curto prazo dentro do próprio clube. A venda de Matheus Gonçalves é o exemplo prático dessa filosofia.