A disputa pela contratação de Rubens ganhou ares de “novela de verão” no mercado brasileiro. Botafogo, Corinthians e agora o Cruzeiro realizaram sondagens pelo jogador do Dínamo Moscou, visando uma repatriação para a temporada de 2026. Entre os interessados, o Glorioso parece ter largado na frente: segundo o portal ge, o clube carioca já recebeu um sinal positivo do atleta para avançar nas conversas.
O otimismo brasileiro, no entanto, esbarra na realidade contratual. O Dínamo não tem nenhuma obrigação ou necessidade financeira de facilitar o negócio. Rubens foi comprado junto ao Atlético-MG numa operação que girou na casa de € 12 milhões (cerca de R$ 78,7 milhões na cotação atual). Recuperar esse investimento ou proteger o ativo é a prioridade dos russos.
O “Coringa” Tático desejado no Botafogo e Cruzeiro
Rubens é o tipo de jogador que inflaciona o mercado porque resolve múltiplos problemas de uma só vez. Aos 24 anos, o canhoto nascido em Tumiritinga (MG) atua como lateral-esquerdo, mas é meia de origem e desempenha com qualidade a função de volante interior.
Dados do Transfermarkt indicam que o seu contrato vai até 30 de junho de 2030. Essa versatilidade vale ouro no Brasil: permite ao treinador ter um lateral para linha de quatro, um ala agressivo para linha de cinco ou um segundo homem de meio-campo forte na marcação e na chegada à área.
Histórico de Peso em Minas

Para entender o desejo do Cruzeiro e dos rivais do eixo Rio-SP, é preciso olhar para o lastro do jogador. Rubens não é uma aposta; é uma realidade formada na base do Atlético-MG.
Ele acumulou uma participação expressiva no Galo antes de ser vendido: foram 152 jogos, nove gols marcados e seis títulos conquistados, incluindo o Brasileirão de 2021. Esse histórico de “jogador pronto”, adaptado à pressão da Série A e campeão nacional, torna-o um alvo de baixo risco técnico, o que justifica a concorrência.
A Barreira Russa e a Concorrência
A disputa está aberta. O Botafogo aposta no “sim” do jogador; o Corinthians vê no perfil de Rubens a raça e a polivalência que a torcida exige; e o Cruzeiro, segundo o portal Terra, já havia sondado a situação antes mesmo do fim da temporada, de olho num talento local que conhece bem a cidade e o Mineirão.
O problema para todos é o modelo de negócio. Com contrato longo, o Dínamo Moscou tende a recusar empréstimos simples. Para levar, os brasileiros terão que propor modelos com obrigação de compra ou garantias financeiras robustas.
Salário “Pagável”
Se a taxa de transferência é um problema, o salário parece encaixar na realidade dos gigantes brasileiros. O Salary Sport estima que Rubens receba cerca de £ 19 mil por semana na Rússia.
Convertendo para a nossa moeda, isso daria algo em torno de R$ 620 mil por mês. É uma faixa salarial que Botafogo, Corinthians e Cruzeiro conseguem discutir sem estourar o teto de gastos. O verdadeiro entrave, portanto, não é pagar o jogador, mas sim convencer o Dínamo a libertar um ativo jovem e valorizado sem receber uma fortuna à vista.