O mercado da bola voltou a aquecer em torno de Gabigol, e a permanência do atacante no Cruzeiro para 2026 deixou de ser uma certeza absoluta. Embora a diretoria celeste sustente publicamente que o camisa 9 faz parte dos planos e tem contrato longo, a realidade dos bastidores aponta para um cenário de divergência.
A eliminação na Copa do Brasil aumentou a pressão sobre o elenco, e a confirmação de Tite como novo treinador obriga o clube a reavaliar a relação custo-benefício de seu maior investimento salarial.
Nesse vácuo de incertezas, dois caminhos surgem como rotas de fuga para o jogador. De um lado, o Santos sonha com o retorno do ídolo, apostando na relação afetiva e em uma engenharia financeira “sem loucuras”. Do outro, clubes do Oriente Médio (Arábia Saudita e Catar) começam a sondar a situação, oferecendo o poderio econômico que falta ao time da Vila Belmiro.
Santos: O Sonho vs. A Realidade Financeira
O Santos aparece como o destino mais especulado no Brasil, mas a negociação esbarra em um abismo financeiro. O Peixe deseja repatriar Gabigol, mas deixa claro que não tem caixa para pagar multa rescisória ao Cruzeiro e precisa que o atleta se adeque à nova realidade do clube.
A matemática é o principal obstáculo:
- Salário Atual (Cruzeiro): Estima-se em R$ 2,5 milhões.
- Pedida de Gabigol (Santos): Segundo o Bolavip, o atacante aceitaria reduzir para R$ 1,8 milhão.
- Teto do Santos: A diretoria trabalha com um limite de R$ 1,2 milhão.
Essa diferença de R$ 600 mil mensais (R$ 7,2 milhões ao ano) trava o avanço. O Santos espera que o Cruzeiro aceite um modelo de empréstimo gratuito para “aliviar a folha”, ou que o próprio jogador force uma saída amigável, algo que a Raposa, protegida por contrato até 2028, não parece disposta a facilitar sem compensações.
Oriente Médio: A Solução pro Cruzeiro

Enquanto o Santos discute planilhas e cortes, o Oriente Médio entra no jogo como a alternativa que resolve a parte financeira. Recentemente, Gabigol começou a receber sondagens mais concretas de clubes árabes. Para o Cruzeiro, essa via pode ser mais atraente, pois times dessa região costumam pagar taxas de transferência ou assumir salários integrais sem a necessidade de composições complexas.
Para o jogador, que antes priorizava o Brasil, o cenário de instabilidade e a chegada de um treinador com quem teve atritos no passado (Tite) podem torná-lo mais receptivo a uma aventura internacional lucrativa em 2026.
O “Fator Tite” e a Lógica da SAF
Oficialmente, o vice-presidente Pedro Junio declarou à ESPN que a tendência é de permanência. Contudo, a chegada de Tite muda a hierarquia do vestiário. O treinador exige intensidade e comprometimento tático, e o histórico de relacionamento entre os dois na Seleção e no Flamengo adiciona uma camada de tensão.
Além disso, a SAF do Cruzeiro opera sob lógica empresarial. Manter um jogador que custa R$ 30 milhões por ano no banco de reservas ou rendendo abaixo do esperado é um erro de gestão que Pedro Lourenço pode querer corrigir. Se Gabigol não for titular absoluto com Tite, seu salário vira um fardo pesado demais para a folha.