O clima de mobilização no Corinthians deu lugar à apreensão. Às vésperas da decisão contra o Cruzeiro pela Copa do Brasil, o técnico Dorival Júnior foi aos microfones e, com uma sinceridade rara no futebol, admitiu que o time pode entrar em campo sem seus dois principais pilares ofensivos. Rodrigo Garro e Yuri Alberto viraram dúvidas cruciais para o confronto, transformando o planejamento da semana em uma corrida contra o departamento médico.
A frase do treinador resumiu o sentimento no Parque São Jorge: “Tivemos, infelizmente, esse problema”. A declaração caiu como uma bomba para a Fiel, que contava com força máxima para buscar a vaga na final (ou título, dependendo da fase exata).
O Peso das Ausências no Corinthians: Perder o Cérebro e a Lança
Se os vetos se confirmarem, o Corinthians perde não apenas dois titulares, mas a identidade do seu ataque.
- Sem Garro (O Cérebro): O time perde o organizador, o dono da bola parada e o homem do “último passe”. Sem o argentino, a equipe tende a ficar previsível e dependente de jogadas laterais.

- Sem Yuri (A Lança): Perde-se a referência de profundidade e o artilheiro que prende os zagueiros rivais. Dorival agora corre para montar um “Plano B” que pode envolver um meio-campo mais combativo e um ataque de mobilidade, tentando compensar a falta de técnica com intensidade física.
O Olhar do Rival: Cruzeiro Muda a Estratégia?
A notícia já chegou à Toca da Raposa. Para o Cruzeiro, a dúvida do outro lado é um convite à ousadia.
Se o Corinthians entrar sem seus criadores, o time mineiro pode se sentir mais confortável para adiantar as linhas e tentar controlar o jogo, algo que seria arriscado contra um rival completo. O mistério de Dorival vira um elemento tático que mexe com a cabeça de Leonardo Jardim.
Análise: Sinceridade ou Estratégia de Guerra?
A fala de Dorival pode ter duas leituras. A primeira é a transparência de quem prepara a torcida para um cenário adverso. A segunda é a velha “fumaça” de mata-mata, jogando a responsabilidade para o DM para surpreender o adversário na hora da escalação.
Seja como for, o Corinthians entra na semana decisiva pressionado. Se Garro e Yuri jogarem, será no sacrifício. Se não jogarem, Dorival terá que provar que seu elenco tem força para sobreviver a uma “guerra” sem seus generais.