A gestão da SAF do Cruzeiro começa a colher frutos de negociações passadas que pareciam esquecidas. O clube garantiu uma injeção financeira importante para o fluxo de caixa de 2026 sem precisar se desfazer de nenhum titular de Leonardo Jardim. O motivo? A venda em definitivo do volante Wallisson, ex-Raposa, para o Coritiba.
O jogador, que foi peça-chave no título da Série B pelo clube paranaense, teve sua compra sacramentada, e uma “cláusula inteligente” mantida pelo Cruzeiro em 2023 foi ativada, garantindo quase R$ 2 milhões limpos aos cofres celestes.
A Matemática do Lucro do Cruzeiro: 30% de “Gordura”
Para entender a jogada, é preciso voltar no tempo. Quando negociou Wallisson com o Moreirense (Portugal) em 2023, o Cruzeiro vendeu apenas uma parte dos direitos, mantendo estrategicamente 30% do passe visando uma valorização futura. A aposta se pagou agora.
- O Negócio Principal: O Coritiba, satisfeito com o desempenho do volante, concordou em pagar € 1 milhão (cerca de R$ 6,2 milhões) para adquirir 80% dos direitos econômicos junto ao Athletic e aos detentores do passe.
- A Fatia da Raposa: Graças à cláusula de manutenção de direitos, o Cruzeiro tem direito a 30% desse montante. Isso significa que € 300 mil (aproximadamente R$ 1,8 milhão) cairão na conta da SAF.
Wallisson: De Aposta a Pilar no Sul
A valorização de Wallisson não foi por acaso. Aos 28 anos, o volante encontrou seu melhor futebol no Couto Pereira. Ele foi um dos pilares da campanha do acesso e do título da Série B, convencendo a diretoria do Coxa a investir pesado para tê-lo como titular na Série A de 2026.

Para o Cruzeiro, que já havia lucrado cerca de R$ 1,7 milhão na venda inicial para Portugal, o jogador se tornou um “ativo recorrente”, gerando receita mesmo anos após deixar a Toca da Raposa.
O Impacto no Caixa de Pedrinho BH
Pode parecer pouco perto das cifras de Gabigol ou Matheus Pereira, mas esse tipo de receita é vital. R$ 1,8 milhão é dinheiro “novo”, não orçado, que entra limpo no caixa.
- O Efeito Cascata: Segundo apurações do R7, a SAF do Cruzeiro pode arrecadar até R$ 30 milhões em 2026 apenas com repasses, mecanismos de solidariedade e vendas de jogadores que não estão no elenco principal (como os emprestados que retornam e são renegociados).
Análise: A Importância de Não Vender 100%
O caso Wallisson é uma aula de gestão moderna. Em vez de vender 100% dos direitos por um valor baixo lá atrás, o Cruzeiro segurou uma fatia. Essa estratégia transforma o clube em “sócio” do sucesso de seus ex-atletas.
Enquanto a torcida foca nos reforços milionários para a Libertadores, é esse trabalho silencioso de gestão de ativos que garante a saúde financeira para pagar os salários em dia. Wallisson não joga mais em BH, mas acabou de marcar um “gol” importante para o balanço financeiro de 2026.