HomeEsportesCruzeiroCruzeiro e a "bomba" de R$ 137 milhões que Pedrinho quer

Cruzeiro e a “bomba” de R$ 137 milhões que Pedrinho quer

A diretoria do Cruzeiro está pensando grande para 2026. Muito grande. O nome que agita os bastidores da Toca da Raposa II é o do atacante colombiano Jhon Arias, atualmente no Wolverhampton (Inglaterra). Segundo apurações do portal Bolavip Brasil nesta quarta-feira (12), o dono da SAF, Pedrinho BH, estuda uma “oferta milionária” pelo jogador e aguarda apenas o “sim” definitivo do técnico Leonardo Jardim para avançar na negociação.

Se o negócio se concretizar nos valores especulados, seria, com folga, a maior contratação da história do Cruzeiro, superando (e muito) o investimento feito em Kaio Jorge. A operação, no entanto, é considerada a mais cara e complexa de todo o mercado sul-americano.

O Obstáculo 1: O Preço “Premier League”

A operação é astronômica. O Wolverhampton acabou de investir pesado em Arias, pagando ao Fluminense cerca de € 22 milhões (R$ 137,5 milhões) em julho deste ano, com um contrato longo até 2029.

O clube inglês não tem o menor interesse em “liquidar” um ativo tão caro apenas seis meses depois. Portanto, qualquer negociação com o Cruzeiro em janeiro começa na casa dos € 22 milhões. A diretoria celeste teria que quebrar o recorde de transferências do futebol brasileiro para tirar o colombiano da Inglaterra.

O Obstáculo 2: O Salário “Fora da Realidade”

Mesmo que Pedrinho BH decida bancar a taxa de transferência, o segundo desafio é o salário. Na Inglaterra, Arias recebe vencimentos na faixa de £ 65 mil por semana (cerca de £ 3,4 milhões por ano). Na conversão atual, isso representa um salário bruto mensal de aproximadamente R$ 2 milhões, um patamar hoje pago no Cruzeiro apenas a estrelas como Gabigol.

O Obstáculo 3: O “Fantasma” do Fluminense

Foto: Fluminense

Para piorar, o Cruzeiro tem um concorrente que “joga parado”. Ao vender Arias, o Fluminense manteve 10% de uma futura venda e, o mais importante, uma cláusula de preferência em caso de retorno ao Brasil. Se a Raposa fizer a oferta de € 22 milhões, o Wolves é obrigado a notificar o Flu, que pode igualar a proposta e “roubar” o jogador.

A “Janela de Oportunidade”: Por que o Cruzeiro Tenta Agora?

Se o negócio é tão caro e complexo, por que o Cruzeiro acredita que ele é possível? A resposta está na insatisfação do jogador. A adaptação de Arias à Premier League não foi boa. O colombiano não “decolou” no Wolves, tem sido usado majoritariamente saindo do banco de reservas e teme que a falta de minutos o tire da vitrine para a Copa do Mundo de 2026.

É nessa “brecha” – a necessidade esportiva do jogador – que o Cruzeiro aposta. O clube pode oferecer o que o Wolves não dá: protagonismo, titularidade absoluta e a vitrine da Copa Libertadores.

Análise: O “OK” de Jardim é a Chave

A “bomba Arias” é o maior teste de fogo da “Era Pedrinho” na SAF. É a prova da ambição do Cruzeiro em voltar a disputar o mercado com Flamengo e Palmeiras. A diretoria monitora e sabe que o negócio é dificílimo.

O caminho mais provável não seria uma compra à vista, mas sim um empréstimo de 18 meses com obrigação de compra condicionada a metas. Neste modelo, a Raposa assumiria o alto salário de Arias agora (aliviando a folha dos ingleses) e pagaria a taxa de transferência de forma parcelada apenas em 2027.

O primeiro passo, no entanto, é interno. O “sim” de Leonardo Jardim é o que transforma a especulação em projeto. Se o técnico der o aval, a diretoria tem “carta branca” de Pedrinho para tentar estruturar a engenharia financeira mais ousada da história do clube, mas ainda terá que superar o fantasma do Fluminense.

Esportes Redação
Esportes Redação
Jornalista esportivos que trabalham há mais de 15 anos na cobertura diária dos principais clubes brasileiros, com foco em Atlético, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras, Corinthians e Botafogo.