HomeEsportesCruzeiroCruzeiro: como o empréstimo de Lautaro ao Santos pode render milhões

Cruzeiro: como o empréstimo de Lautaro ao Santos pode render milhões

A diretoria da SAF do Cruzeiro está provando que entende do jogo de mercado. A operação de empréstimo do atacante Lautaro Díaz ao Santos, fechada em agosto, se transformou em uma “aposta inteligente” que pode render milhões ao caixa celeste em 2026. A estratégia foi simples: colocar um ativo caro em uma “vitrine” imediata para maximizar seu valor, e o plano está funcionando perfeitamente.

O Ativo: Compra Cara, Contrato Longo no Cruzeiro

Para entender a jogada, é preciso voltar a julho de 2024. O Cruzeiro fez um investimento alto para contratar o atacante argentino do Independiente del Valle: US$ 3 milhões (cerca de R$ 16 milhões na época) por 70% dos direitos econômicos, com um contrato longo, válido até junho de 2028.

No entanto, com a forte concorrência no ataque celeste em 2025, o jogador acabou tendo menos minutos do que o esperado. Mantê-lo no banco seria “depreciar” um ativo caro.

A Solução: A “Vitrine” do Santos

A diretoria celeste, então, agiu rápido e emprestou Lautaro Díaz ao Santos por um ano (até 31 de julho de 2026). O movimento se provou um acerto imediato: no Peixe, sob o comando de Juan Pablo Vojvoda, o argentino virou titular absoluto, ganhou ritmo de jogo, marcou gols e voltou a chamar a atenção do mercado.

A Matemática do Lucro: O Papel da Amortização

Financeiramente, a jogada é brilhante para o Cruzeiro. O custo de aquisição (US$ 3 milhões) é diluído contabilmente ao longo dos 48 meses de contrato (o que dá cerca de US$ 62,5 mil por mês).

Raul Baretta / Santos FC

Hoje, 16 meses após a compra, o Cruzeiro já “amortizou” (descontou contabilmente) cerca de US$ 1 milhão desse investimento. O “valor contábil” do jogador no balanço do clube é de apenas US$ 2 milhões.

Dois Cenários Vantajosos para 2026

Com o jogador valorizado na Vila Belmiro, o Cruzeiro se colocou em uma posição onde não tem como perder. Em julho de 2026, quando o empréstimo terminar, a SAF terá dois caminhos, ambos positivos:

  1. Cenário A (Venda com Lucro): O Santos (ou outro clube interessado) decide comprar o jogador. A imprensa noticia que o Peixe tem uma opção de compra (valores não revelados). Qualquer venda acima do valor contábil de US$ 2 milhões já representa lucro líquido para a Raposa. A vitrine na Vila Belmiro certamente elevou o passe do jogador para muito além desse valor.
  2. Cenário B (Retorno Valorizado): O Santos não exerce a compra, e Lautaro Díaz retorna à Toca da Raposa II. O Cruzeiro não recebe o dinheiro da venda, mas ganha de volta um jogador muito mais pronto, experiente, com ritmo de Série A e valorizado pelo mercado, pronto para ser uma peça importante no elenco de Leonardo Jardim.

Análise: A Gestão Inteligente da SAF

O “caso Lautaro Díaz” é um exemplo perfeito da nova mentalidade de gestão do Cruzeiro. Em vez de deixar um ativo caro “encostado”, a diretoria usou um rival como uma plataforma de valorização. O clube manteve o controle (70% dos direitos), protegeu seu balanço financeiro e transformou um jogador que era reserva em uma fonte de lucro técnico ou financeiro para 2026. É a típica operação de mercado em que a SAF joga nas duas pontas e ganha em ambas.

Fhilipe Pelájjio
Fhilipe Pelájjiohttps://moonbh.com.br/fhilipe-pelajjio/
Publicitário, jornalista e pós-graduado em marketing, é editor do Moon BH e do Jornal Aqui de BH e Brasília. Já foi editor do Bhaz, tem passagem pela Itatiaia e parcerias com R7, Correio Braziliense e Estado de Minas. Especialista na cobertura de futebol, com foco em Atlético, Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo há mais de 10 anos.