Um alerta jurídico acendeu nos bastidores do Cruzeiro. O atacante colombiano Néiser Villarreal, que tem um pré-contrato assinado para se apresentar à Raposa em janeiro de 2026, está há mais de dez dias sem comparecer aos treinamentos de seu atual clube, o Millonarios, da Colômbia.
A “rebeldia” do jogador pode gerar sanções duras e até mesmo respingar no time celeste, que acompanha o caso à distância com máxima cautela.
O Que Aconteceu com Néiser Villarreal? O “Sumiço”
Villarreal simplesmente deixou de se apresentar aos treinos, sem justificativa pública até o momento. O Millonarios, irritado com a situação, já estuda o que fazer e avalia uma série de medidas disciplinares, que podem ir de multas pesadas e afastamento até o cenário extremo: uma rescisão por justa causa, alegando abandono de emprego.
Onde o Cruzeiro Entra na História?
É aqui que a situação fica perigosa para o Cruzeiro. Embora o clube mineiro não tenha nada a ver com a decisão do atleta, qualquer movimento em falso pode ser mal interpretado.
- A Cautela da SAF: A diretoria da Raposa age com extrema prudência e não interfere no caso. Qualquer contato ou gesto que pareça “estimular” o jogador a faltar aos treinos pode ser interpretado pela FIFA como “indução à quebra de contrato”.
- O Risco na FIFA: Se o Millonarios entrar com uma rescisão por justa causa e o caso for parar na Câmara de Resolução de Disputas da FIFA, o cenário pode ficar turbulento. Se a entidade entender que a quebra de contrato foi injusta e que o Cruzeiro teve participação (mesmo que indireta), ela pode impor sanções ao jogador (suspensão de até 4 meses) e até mesmo responsabilizar o clube mineiro solidariamente por uma indenização aos colombianos.
O Impacto no Planejamento de 2026

O Cruzeiro conta com Villarreal para reforçar o ataque já na pré-temporada de 2026. A primeira janela de transferências do Brasil abre em 5 de janeiro. No entanto, para inscrever o jogador, o clube precisa do Certificado Internacional de Transferência (ITC). Se houver um litígio (briga jurídica) em andamento na FIFA, a liberação desse documento pode atrasar meses, forçando a Raposa a esperar até a segunda janela (em julho) para poder utilizá-lo.
Análise: O Jogo de Paciência da Raposa
A diretoria celeste se vê em uma sinuca de bico. O clube fez o movimento correto ao assinar um pré-contrato (legal a partir de seis meses antes do fim do vínculo), garantindo um talento a custo zero. Agora, depende da boa-fé do atleta para encerrar seu contrato na Colômbia de forma pacífica.
O cenário mais provável, e o que o Cruzeiro torce para acontecer, é que Villarreal se reapresente ao Millonarios, aceite uma sanção interna (como multa) e cumpra o restante do seu contrato até dezembro. Isso garantiria sua chegada a Belo Horizonte em janeiro com o “nome limpo” e o ITC liberado.
Qualquer outro cenário envolve um risco jurídico desnecessário. A SAF age corretamente ao se manter em silêncio e apenas monitorar. O recado para o jogador é claro: se ele quiser começar 2026 jogando em alto nível no Brasil, ele precisa encerrar seu ciclo na Colômbia da maneira correta.