O Cruzeiro entra em campo para o “confronto direto” contra o Grêmio, nesta quarta-feira (5), com o sinal de alerta no nível máximo. Não é apenas pela importância da partida na tabela, mas pelo risco iminente de um “desmanche” na equipe titular para a sequência do Brasileirão.
A Raposa entra em campo com seis jogadores pendurados com dois cartões amarelos, sendo quatro deles titulares absolutos: William, Matheus Pereira, Christian e Lucas Silva.
Completam a lista os reservas Walace e Gabigol. Em um jogo que promete alta fricção e intensidade, a gestão de cartões virou a principal dor de cabeça para o técnico Leonardo Jardim.
O Risco Detalhado no Cruzeiro: Um Desfalque em Cada Setor
A preocupação não é genérica; ela afeta a espinha dorsal da equipe. Cada um dos quatro titulares pendurados representa um risco específico em campo:
- William (Lateral): Pela natureza da posição, está constantemente exposto a faltas táticas para parar contra-ataques rápidos.
- Christian e Lucas Silva (Volantes): São os “cães de guarda” do time. Vivem de duelos, botes e coberturas, o que naturalmente eleva a chance de uma advertência.
- Matheus Pereira (Meia): O cérebro do time. É o jogador mais visado pelos adversários (propenso a revidar) e também o que mais gesticula com a arbitragem, correndo risco por reclamação.
Um cartão amarelo para qualquer um deles nesta noite significa uma suspensão automática na rodada seguinte, forçando Jardim a encontrar soluções emergenciais em um momento crucial do campeonato.
Entre os reservas, Gabigol e Walace também estão a um cartão de suspensão.
O Plano de Jardim: Como Jogar “no Limite” Sem Passar Dele?
O desafio do técnico Leonardo Jardim é manter a agressividade competitiva do Cruzeiro sem cair na indisciplina. Para isso, a estratégia de jogo na Arena do Grêmio deve se basear em três pilares táticos e mentais:

- Pressão Coordenada, Não Botes Individuais: A orientação é para que o time marque em “bloco médio”, fechando as linhas de passe do Grêmio, em vez de apostar em botes frontais arriscados dos volantes. A ideia é forçar o erro pela exaustão, não pela falta.
- Gestão de Substituições: Jardim e sua comissão estarão com o “gatilho” da substituição pronto. Qualquer um dos quatro titulares pendurados que receber um cartão amarelo no primeiro tempo, ou que demonstrar descontrole emocional, vira candidato automático a ser sacado no intervalo para preservar a equipe para a próxima rodada.
- Protocolo “Zero Reclamação”: A ordem no vestiário é clara: apenas o capitão fala com o árbitro. O time não pode se dar ao luxo de perder Matheus Pereira ou William por uma reclamação desnecessária.
Análise: Um Jogo de Xadrez Emocional
A partida em Porto Alegre vale muito mais do que três pontos. Para o Cruzeiro, é um teste de fogo sobre a maturidade e o controle emocional do elenco. O maior adversário da Raposa nesta quarta-feira talvez não seja o Grêmio, mas sim a própria gestão dos cartões.
Sair da Arena com um bom resultado é importante, mas sair de lá com os 11 titulares à disposição para a próxima rodada é fundamental. Jardim sabe que um “amarelo bobo” hoje pode custar pontos preciosos na rodada seguinte, o que seria desastroso na apertada briga do Cruzeiro para se consolidar no G4 e garantir sua vaga na próxima Copa Libertadores. O jogo exige cabeça fria.