O clássico mineiro desta quarta-feira foi um retrato fiel da rivalidade entre Atlético e Cruzeiro: pegado, imprevisível e com uma dose cavalar de drama. O empate em 1 a 1 não reflete o turbilhão de emoções que tomou conta da partida, especialmente em um início de segundo tempo alucinante que teve de tudo: gols em sequência, reclamação acintosa e uma expulsão que mudou completamente o destino do jogo.
Dois Minutos de Loucura Total
Após um primeiro tempo amarrado e de poucas emoções, os times voltaram do vestiário dispostos a resolver o jogo. E quase o fizeram em tempo recorde. Aos 4 minutos, Matheus Pereira aproveitou a chance e abriu o placar para o Cruzeiro, jogando um balde de água fria na torcida atleticana. O gol parecia dar à Raposa a tranquilidade para controlar o clássico.
Parecia. A resposta do Galo não demorou nem sequer um minuto. Na saída de bola, o Atlético se lançou ao ataque e, aos 5 minutos, Ruan Tressoldi deixou tudo igual. Foi a reação de um time que se recusou a ser dominado, um empate instantâneo que transformou o que seria um jogo de controle do Cruzeiro em um cenário de caos e imprevisibilidade.
O Cartão Vermelho que Freou a Virada do Galo
No auge da adrenalina, o jogo teve seu ponto de inflexão. Na comemoração do gol atleticano, o atacante cruzeirense Kaio Jorge reclamou de forma acintosa com a arbitragem, alegando um “roubo”, e foi expulso com cartão vermelho direto. A partir daquele momento, o que era um clássico equilibrado virou um ataque contra defesa.
Com um jogador a mais por quase todo o segundo tempo, o Atlético teve a faca e o queijo na mão para buscar uma virada heroica. O time empilhou chances, pressionou, rondou a área, mas esbarrou em uma defesa do Cruzeiro que, mesmo com um a menos, se portou de forma valente e organizada. O Galo teve a posse, o volume, mas pecou na pontaria e não conseguiu transformar a superioridade numérica em vitória.
No fim, o empate ficou com gostos distintos. Para o Cruzeiro, que jogou quase 40 minutos com um a menos, o ponto conquistado fora de casa soa como uma vitória pela superação. Para o Atlético, que teve a chance de ouro para virar o jogo e não conseguiu, o 1 a 1 tem o sabor amargo de dois pontos perdidos em casa.