Enquanto o Atlético vive um drama para montar sua linha defensiva com 11 desfalques, o Cruzeiro celebra o timing perfeito. Para o clássico de quarta-feira, a Raposa recupera não apenas três jogadores, mas a sua coluna vertebral tática. Os retornos de Lucas Romero, William e Kaio Jorge, após cumprirem suspensão, mudam o patamar da equipe. Mais do que reforços, eles devolvem a identidade e a estrutura que faltaram na rodada anterior.
A situação de Fabrício Bruno, que se torna uma dúvida logística quase intransponível após servir à Seleção no Japão, seria um problema grave em qualquer outro contexto. No entanto, diante da crise defensiva do rival — que não terá Lyanco, Igor Gomes e provavelmente Alonso —, o Cruzeiro tem o luxo de focar no que ganha, e não no que pode perder. E o que a equipe ganha é imensurável.
Cruzeiro comemora seus reforços de volta
O retorno mais impactante é o de Lucas Romero. O volante é o motor do time; ele organiza a saída de bola, protege o funil defensivo e, o mais importante, “destrava” Matheus Pereira. Com a ausência de Sinisterra, a responsabilidade criativa recai 100% sobre o camisa 10.
Ter Romero ao seu lado significa ter um guarda-costas que o libera para flutuar, encontrar o último passe e se preocupar menos com a recomposição pesada.
O que significa para Leonardo Jardim

Na direita, a volta de William devolve a agressividade e a qualidade na construção. O Cruzeiro ganha um lateral que joga por dentro e por fora, criando superioridade numérica e aliviando a pressão sobre a criação centralizada.
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Por fim, Kaio Jorge oferece a mobilidade que o ataque precisa. Ele não é um pivô estático; é um atacante que ataca os espaços, e ele terá pela frente uma zaga atleticana remendada, lenta e sem entrosamento, liderada por Ruan Tressoldi. É o cenário ideal para o seu estilo de jogo.
A provável ausência de Fabrício Bruno, embora sentida, é administrável. Jonathan Jesus pode compor a zaga ao lado de Villalba, e o sistema defensivo estará mais protegido pela simples presença de Romero.
O Cruzeiro entra na Arena MRV muito mais “inteiro” que o adversário. Enquanto o Atlético busca soluções de emergência para sobreviver, a Raposa recupera os jogadores que definem seu modelo de jogo. É uma vantagem estratégica que coloca a pressão do clássico sobre os donos da casa.