Leonardo Jardim e Jorge Sampaoli são dois técnicos com assinatura própria — e trajetórias que explicam muito do momento de Cruzeiro e Atlético às vésperas da decisão na Copa do Brasil. Nos bastidores, um ganha menos e vem de curva ascendente; o outro volta com “selo de impacto” e salário de ponta.
No mercado brasileiro de 2025, Jardim recebe cerca de R$ 1,5 milhão/mês no Cruzeiro, patamar confirmado por levantamentos recentes; Sampaoli chegou ao Galo com etiqueta por volta de R$ 1,9 milhão/mês — quarto maior do país. A diferença gira em cerca de 27% a favor do argentino.
Nos vínculos, Jardim tem contrato até dezembro de 2026; Sampaoli assinou até o fim de 2027 após a reapresentação na Arena MRV.
Comparado o que cada um já entregou
- Jardim: campeão francês 2016/17 com o Monaco (ano da explosão de Mbappé) e campeão asiático em 2021 com o Al Hilal; ainda venceu a UAE Pro League 2022/23 no Shabab Al Ahli.
- Sampaoli: Copa América 2015 com o Chile, Copa Sul-Americana 2011 e tricampeonato chileno pela U de Chile, além do Mineiro 2020 na primeira passagem pelo Atlético.
Ideias de jogo (e onde colidem)
- Jardim trabalha um 4-3-3/4-2-3-1 funcional, com bloco médio, ataques por corredores e bola parada como arma. Depois de um começo instável, o Cruzeiro encontrou um “XI ideal” invicto e defesa pouco vazada no ciclo recente — recorte estatístico de agosto indica sequência com 68% de aproveitamento desde a virada de chave pós-jogo contra o São Paulo.
- Sampaoli é pressão em ondas, campo grande e rodízio — ele mesmo prometeu “muita rotação” ao ser apresentado, para manter intensidade jogo a jogo na maratona. O contrato longo (até 2027) dá lastro ao seu estilo de alto risco.
Momento 2025 (quem embala mais?)
O retrato do ano ajuda a entender a balança: Jardim sofreu no início, mas consolidou reação e hoje ostenta aproveitamento acima de 50% no recorte mais amplo da temporada — com crescimento claro nas últimas oito semanas.
Sampaoli acaba de chegar para apagar incêndio num Atlético em meio de tabela e com missão imediata de virar série de mata-mata; a estreia foi acompanhada de discurso forte e pedido de pacientes trocas para elevar o nível físico-tático.
Quem leva vantagem no clássico?
Num duelo em que o Cruzeiro traz vantagem da ida e pode controlar ritmo, o plano de Jardim casa melhor com gestão de momentos e transições — ainda mais se tiver Matheus Pereira em minutos relevantes. O Atlético de Sampaoli tende a subir bloco, usar amplitude e apostar na energia do banco; é o roteiro certo para tentar virada, mas que expõe o time a contra-ataques (o terreno preferido do rival). Em português claro: Jardim chega mais “ajustado”; Sampaoli, mais “agressivo”.