De principal estrela a reserva em apenas quatro meses. A trajetória de Gabigol no Cruzeiro ilustra perfeitamente como o futebol pode ser cruel e imprevisível. Contratado como o grande nome para a temporada 2025, com status de salvador e um contrato milionário até 2028, o atacante agora amarga a reserva e busca uma chance de redenção no jogo contra o Palestino, pela Sul-Americana.
A queda de rendimento do camisa 99 coincide com a chegada de Leonardo Jardim ao comando técnico da Raposa. O treinador português, conhecido por seu pragmatismo e por valorizar mais o sistema do que individualidades, não hesitou em deixar o badalado atacante no banco quando entendeu que outras opções serviriam melhor ao seu plano de jogo.
Uma decisão corajosa, considerando o peso midiático e o investimento feito no jogador.
Nos últimos três jogos do Brasileirão, Gabigol assistiu de camarote à ascensão de Kaio Jorge como titular. O ex-jogador da Juventus aproveitou a oportunidade com a eficiência de quem sabe que chances no futebol são raras.
Contra o Bahia, marcou dois gols na goleada por 3 a 0, mostrando-se mais móvel e participativo na pressão após a perda da bola – característica valorizada por Jardim.
Gabigol teve queda? É o artilheiro do Cruzeiro
O mais curioso nessa história é que, mesmo relegado ao banco de reservas, Gabigol continua sendo o artilheiro do Cruzeiro na temporada, com sete gols em 13 jogos. Números que, isoladamente, não justificariam sua condição atual.
Porém, uma análise mais profunda revela que quatro desses gols foram de pênalti, e suas atuações em campo têm deixado a desejar em termos de movimentação e participação no jogo coletivo.
Cruzeiro x Palestino
O jogo contra o Palestino, nesta quinta-feira, surge como uma oportunidade de ouro para o atacante. Com o Cruzeiro na lanterna do Grupo E da Sul-Americana, sem pontos após duas rodadas, a partida ganhou ares de decisão antecipada. Jardim já sinalizou que fará mudanças, citando o desgaste físico dos titulares nos últimos três jogos como justificativa.
Para Gabigol, não se trata apenas de uma chance de voltar ao time titular, mas de reconquistar a confiança do treinador e calar as críticas que vêm crescendo a cada jogo que passa no banco.
O atacante que decidiu finais de Libertadores pelo Flamengo e era sinônimo de gols importantes, hoje luta para provar que ainda pode ser relevante em um clube que apostou alto em seu futebol.
Nos bastidores, a diretoria celeste acompanha a situação com atenção redobrada. Afinal, não é todo dia que um clube brasileiro consegue contratar um jogador do calibre de Gabigol, e vê-lo no banco de reservas representa, no mínimo, um questionamento sobre o retorno do investimento. Por outro lado, os resultados recentes dão respaldo às decisões de Jardim, colocando a cúpula cruzeirense em uma posição delicada.