O Corinthians abriu conversas de mercado visando 2026 e elegeu Jefferson Savarino como um dos alvos prioritários para o setor de criação. Ciente da dificuldade financeira de uma compra direta, o Timão avalia um formato de negócio por troca de atletas. Segundo o Bolavip Brasil, a diretoria alvinegra tentou colocar o zagueiro Félix Torres na mesa como moeda de troca para viabilizar a chegada do venezuelano.
A resposta do Botafogo, no entanto, veio em forma de contraproposta e exigência técnica. Nos bastidores, a sinalização é de que o Glorioso só aceitaria abrir conversas se envolvesse nomes que resolvam carências imediatas do elenco, citando o zagueiro Gustavo Henrique ou o volante Raniele como opções que agradam ao departamento de futebol carioca.
Corinthians Quer: O “Muro” de € 9 Milhões e Contrato Longo
A negociação é extremamente complexa devido ao status de Savarino no Rio de Janeiro. O jogador não é apenas um titular, mas uma referência técnica do time.

- Valor de Mercado: Na atualização mais recente do Transfermarkt (dezembro de 2025), Savarino aparece avaliado em € 9 milhões (cerca de R$ 58,8 milhões).
- Contrato: O vínculo foi renovado e vai até 31 de dezembro de 2028, o que dá ao Botafogo total controle sobre o destino do atleta.
Comparativamente, Félix Torres, oferecido pelo Corinthians, está avaliado em € 1 milhão (aprox. R$ 6,5 milhões) na mesma plataforma. Essa disparidade de valores torna uma troca “simples” (um por um) praticamente inviável na visão de mercado.
A Lógica do Botafogo: Reposição Imediata
Ao pedir nomes como Raniele ou Gustavo Henrique, o Botafogo sinaliza que não quer perder competitividade. A estratégia é transformar um eventual negócio em reposição direta, reduzindo o risco esportivo de perder um protagonista.
- Raniele: O volante tem contrato até o fim de 2028 e valor de mercado de € 3 milhões.
- Gustavo Henrique: O zagueiro tem vínculo até 2027 e está avaliado em € 800 mil.
Mesmo somando os valores de mercado dos atletas corintianos citados, a conta ainda ficaria distante da avaliação de Savarino, sugerindo que qualquer acordo precisaria envolver uma compensação financeira robusta por parte do Corinthians.
Salários: O Peso na Folha
Além da troca de direitos econômicos, a operação envolve readequação de folha salarial. Segundo levantamento da revista Exame sobre os maiores salários do futebol brasileiro, Félix Torres tem vencimentos estimados na casa de R$ 1 milhão por mês, enquanto Gustavo Henrique giraria em torno de R$ 800 mil mensais.
Para o Corinthians, envolver esses jogadores serviria também para aliviar a folha de 2026. Para o Botafogo, assumir esses custos só faria sentido se os atletas chegassem para serem titulares absolutos, substituindo a saída técnica de Savarino.
Análise Moon BH: Troca Desigual
Se essa negociação está mesmo na mesa, ela revela o tamanho da ambição do Corinthians e a rigidez do Botafogo. O Timão quer um nome de impacto para decidir jogos grandes, e Savarino é esse perfil. Porém, a diferença de valor de mercado e de momento técnico entre os envolvidos é gritante.
Para o Botafogo abrir mão do seu camisa 10, que tem contrato até 2028, a proposta teria de ser irrecusável. Trocar um protagonista de € 9 milhões por defensores que oscilaram na temporada parece um negócio que não se sustenta na ponta do lápis. A tendência é que o Glorioso use essas contrapropostas (pedindo Raniele, por exemplo) mais para valorizar o seu ativo e “espantar” o assédio do que para fechar negócio de fato.