A diretoria do Corinthians traçou um plano de ação emergencial e prioritário para salvar o planejamento da próxima temporada. O clube pretende quitar à vista, ainda em dezembro, a dívida de aproximadamente R$ 40 milhões referente à compra do zagueiro Félix Torres, junto ao Santos Laguna (México).
O objetivo é encerrar o duro “transferban” imposto pela FIFA antes do Natal, garantindo que o técnico Dorival Júnior possa registrar novos reforços na abertura da janela, em 5 de janeiro.
O Plano do Corinthians: “Limpar o Nome” Antes do Natal
A estratégia da diretoria é agressiva e visa resolver o problema antes que ele contamine a pré-temporada. O plano é:
- Até 20 de Dezembro: Efetuar o pagamento à vista dos R$ 40 milhões (valor que inclui a dívida principal, juros e multas) ao Santos Laguna.
- Até o Natal: Após a confirmação do recebimento pelo clube mexicano, as federações e a FIFA são notificadas para dar baixa na punição através do sistema oficial de transferências (TMS).
Se tudo correr como planejado, o Corinthians estará “limpo” e com o nome livre no sistema antes do Réveillon, pronto para atacar o mercado assim que a janela brasileira abrir, em 5 de janeiro. O principal risco é qualquer atraso operacional (como demora na compensação bancária internacional ou na validação de documentos pelo credor), que poderia empurrar a liberação para os primeiros dias de janeiro.
O Problema: O Que é o Transferban?
O Corinthians está, atualmente, impedido pela FIFA de registrar (inscrever) novos jogadores. A sanção é resultado direto da inadimplência em parcelas da transferência internacional de Félix Torres, no início de 2024.

O “ban” é uma punição severa: enquanto a dívida não for integralmente paga, o clube fica de mãos atadas no mercado. Se essa restrição não for derrubada, Dorival Júnior seria forçado a iniciar a temporada de 2026 apenas com os atletas que já possuem contrato vigente ou que retornam de empréstimo (como Pedro Raul), sem poder trazer nenhuma “cara nova” para reforçar o elenco.
O Impacto Esportivo: Carta Branca para Dorival
O sucesso desta operação é vital para Dorival Júnior. Com o transferban derrubado, o treinador e a diretoria ganham “carta branca” para ir ao mercado e buscar as peças necessárias para qualificar o elenco. O clube poderá agir rápido para fechar “oportunidades de mercado”, como jogadores em fim de contrato na Europa ou alvos que são disputados por rivais, registrando-os a tempo para a estreia no Campeonato Paulista.
O que eu penso?
A decisão de pagar R$ 40 milhões à vista em dezembro é um movimento financeiro de enorme impacto, especialmente para um clube que vive uma reestruturação de dívidas tão profunda (na casa dos R$ 2,6 bilhões) e que ainda debate internamente os caminhos de uma Recuperação Judicial (RJ) ou a venda de uma SAF.
Essa alocação massiva de caixa para resolver uma pendência da FIFA mostra o tamanho do risco que o clube corria. A diretoria entendeu que a “economia” de parcelar essa dívida (o que não encerraria o ban) sairia muito mais cara no campo esportivo. É o “remédio amargo” necessário para garantir que o Corinthians não comece 2026 algemado, permitindo que Dorival Júnior possa, de fato, montar um time competitivo para a próxima temporada, em vez de apenas gerenciar os problemas herdados do passado.