Um golaço pode mudar o destino de um jogador. No caso de Maycon, o chute certeiro que deu a vitória ao Corinthians contra o Atlético-MG fez mais do que isso: forçou a diretoria alvinegra a mudar de ideia e reabrir as negociações para mantê-lo em 2026.
O problema é que essa “mudança de plano” tem um preço alto e um credor inflexível: o Shakhtar Donetsk cobra € 1 milhão (cerca de R$ 6,2 milhões) em pendências e não aceita mais empréstimos gratuitos.
A análise do cenário mostra uma operação complexa, onde o desejo esportivo esbarra na dura realidade financeira do clube.
A Análise da Virada: O Peso do Campo (e da Fala)
Até sábado, a permanência de Maycon era incerta. O próprio jogador, em desabafo após o jogo, citou o “ano turbulento” e deixou o futuro em aberto. Mas o gol decisivo, somado ao apoio público do técnico Dorival Júnior, mudou o tabuleiro.
A diretoria, que antes parecia esperar o fim do empréstimo (dezembro de 2025) para avaliar, agora se vê pressionada a agir. Manter um jogador que recuperou espaço, é elogiado pelo técnico e decide jogos virou uma prioridade esportiva.
O Muro Ucraniano: Shakhtar Quer Dinheiro
O grande obstáculo é a posição do Shakhtar. O clube ucraniano, dono dos direitos do volante (até 2027), cansou de ceder o jogador por empréstimo sem uma compensação clara. A exigência agora é dupla:

- Quitar a Dívida: Pagar o € 1 milhão referente a pendências de empréstimos anteriores.
- Definir o Futuro: O Shakhtar não aceita novo empréstimo gratuito. Quer uma venda (mesmo que parcelada) ou, no mínimo, um empréstimo pago.
O Dilema Financeiro do Corinthians
A vontade de ficar com Maycon esbarra na saúde financeira do Corinthians. O clube lida com outras disputas (como a cobrança do Cuiabá na CNRD) e ainda busca resolver um “transfer ban” para poder contratar em 2026. Encontrar € 1 milhão (R$ 6,2 mi) para quitar a dívida e ainda formular uma proposta de compra ou empréstimo pago exige uma engenharia financeira delicada no fluxo de caixa atual.
O que eu acho
O gol de Maycon reabriu uma porta que parecia se fechar. O Corinthians agora quer o jogador, e o jogador, apesar do desabafo, sinaliza que pode ficar. Mas a chave do negócio está em Kiev. O Shakhtar tem o poder na mão e não vai facilitar.
Para que Maycon continue no Parque São Jorge em 2026, a diretoria alvinegra terá que ser criativa e encontrar recursos para satisfazer as exigências ucranianas, superando seus próprios desafios financeiros internos. A “redenção” do volante em campo agora precisa encontrar eco nos cofres do clube.