A diretoria do Corinthians tem uma proposta polêmica e potencialmente milionária na mesa, que coloca em xeque a balança entre a necessidade urgente de caixa e o risco à reputação do clube. A Fatal Model, maior plataforma de anúncios de acompanhantes de luxo do país, retomou as conversas para patrocinar o Timão e acenou com a possibilidade de ajudar financeiramente no pagamento de dívidas e até em contratações.
A investida, que agita os bastidores do Parque São Jorge, não é nova, mas ganha força em um momento de reestruturação comercial do clube. A grande questão que paira no ar é: o Corinthians terá coragem de quebrar um tabu no futebol brasileiro?
A Insistência da Fatal Model
A tentativa de associar sua marca ao Corinthians é uma estratégia persistente da empresa. O histórico recente mostra a ambição do projeto:
- Fim de 2024: A marca sugeriu informalmente que poderia ajudar a bancar o salário do craque francês Paul Pogba.
- Junho de 2025: A empresa formalizou uma proposta de patrocínio pontual de R$ 6,5 milhões para ajudar o clube a quitar uma dívida com o jogador Memphis Depay.
- Agora: A conversa foi reaberta de forma mais ampla, com a empresa buscando uma reunião com a presidência para discutir um patrocínio mais robusto e contínuo.
O Dilema da Camisa: O que a Lei Permite?
Estampar a marca na camisa do time principal seria o passo mais ousado e, também, o mais arriscado. Não há uma lei que proíba diretamente patrocínios do setor adulto, mas a exposição em um ambiente familiar e com grande audiência de menores de idade certamente atrairia o escrutínio do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e até do Ministério Público.
A diretoria corintiana sabe que um movimento dessa magnitude exigiria uma engenharia jurídica e de comunicação extremamente cuidadosa para evitar uma crise de imagem com parte da torcida e com outros patrocinadores.
Um Teste aos Limites do Marketing Esportivo
O caso Fatal Model é um fascinante teste aos limites do marketing esportivo no Brasil. De um lado, uma empresa legítima e altamente lucrativa busca no esporte de massa a visibilidade que a mídia tradicional lhe nega. Do outro, um clube gigante, com uma necessidade crônica de novas receitas, se depara com um “canto da sereia” financeiro que vem acompanhado de um enorme risco reputacional.
A decisão da diretoria, seja ela qual for, será um marco. Se aceitar, o Corinthians pode abrir uma nova e controversa fronteira de patrocínios no país. Se recusar, reforçará a ideia de que, no futebol, algumas portas, por mais douradas que pareçam, simplesmente não devem ser abertas.