Em uma demonstração de força e agressividade no mercado, o Bahia, apoiado pela musculatura financeira do Grupo City, pagou a multa rescisória de R$ 14 milhões e contratou o atacante Kauê Furquim, de apenas 16 anos, considerado uma das maiores e mais promissoras joias das categorias de base do Corinthians.
A transferência, confirmada nesta quinta-feira (14), foi feita de forma unilateral, com o clube baiano exercendo a cláusula prevista em contrato. A decisão gerou enorme frustração e mal-estar nos bastidores do Parque São Jorge, que perde um de seus futuros talentos para um concorrente direto.
Corinthians exigirá R$ 315 milhões
Kauê Furquim era tratado no Corinthians como um ativo de altíssimo potencial. O jovem de 16 anos já se destacava no Sub-17, com gols importantes e atuações que chamaram a atenção de olheiros. Ele inclusive já participava de treinamentos com o elenco profissional, e a expectativa era de uma transição gradual para o time de cima nos próximos anos.
Para a diretoria corintiana, a perda é duplamente dolorosa. Primeiro, pelo potencial técnico do atleta. Segundo, pela sensação de que o valor da multa rescisória, R$ 14 milhões, foi baixo para um jogador de seu calibre no aquecido mercado de jovens talentos.
O que acontece agora é que a multa paga, a máxima para o mercado nacional, pode ter sido usada como estratégia do Grupo City. O Timão vai alegar à FIFA que o destino final do jogador é fora do país. Neste caso a multa máxima é de 50 milhões de euros, cerca de R$ 315 milhões. Enquanto isso o clube se prepara para poder receber até R$ 5 bilhões em investimentos.
A Estratégia Global do Grupo City
A contratação de Kauê se encaixa perfeitamente na estratégia global do Grupo City. O conglomerado que controla o Manchester City e outros clubes ao redor do mundo utiliza o Bahia como um hub para identificar e desenvolver os melhores talentos da América do Sul.
A promessa é de que o atacante seja integrado ao Sub-20, mas com um plano de carreira bem definido para uma transição rápida ao profissional e, futuramente, uma transferência para a Europa.
Um Novo Jogo de Poder
O episódio de Kauê Furquim é um retrato do novo poder no futebol brasileiro. Clubes com o respaldo de grandes grupos de investimento agora podem agir de forma cirúrgica, identificando falhas contratuais (como multas consideradas baixas) e “roubando” promessas de rivais tradicionais.
Para o Corinthians, fica a dura lição sobre a necessidade de “blindar” melhor suas joias com contratos mais robustos, ou o risco de ver seus melhores talentos saírem pela porta da frente, sem que o clube possa fazer nada, se tornará cada vez mais comum.