O nome de Reinier voltou ao centro do noticiário do Atlético-MG por um motivo claro: enquanto parte dos bastidores aponta que o clube estuda caminhos para “destravar” o plantel em 2026, o jogador quer fazer o movimento contrário — ficar, ganhar espaço e provar a Jorge Sampaoli que pode ser útil no novo ciclo.
O contexto é de pressão e reconstrução. Reinier tem contrato assinado até dezembro de 2029 e chegou ao Galo em 2025 após uma passagem sem brilho pela Europa. Segundo dados do Transfermarkt, o médio ofensivo aparece com um valor de mercado de € 1,5 milhão (na atualização de dezembro de 2025), um número distante do investimento que outrora o Real Madrid fez no seu futebol.
Por que a saída virou assunto no Atlético-MG?
O próprio ambiente do Atlético dá a pista do “porquê” este tema ter surgido. A discussão não é apenas técnica, é também de engenharia de elenco: abrir espaço na folha salarial e trocar peças para cobrir carências.
A informação de que Reinier poderia deixar o clube nas próximas semanas, chegando a apontar um cenário em que o atleta seria envolvido numa negociação com o RB Bragantino, circula há alguns dias. O “pacote” incluiria a troca de Reinier e do médio Patrick pela chegada do lateral-esquerdo Juninho Capixaba à Cidade do Galo.
A Resistência de Reinier: Foco na Readaptação
Apesar desse pano de fundo de incerteza, a postura do jogador é firme: não pretende sair agora. O objetivo é tentar firmar-se sob o comando de Sampaoli.
Reinier construiu a narrativa de que precisa de tempo para a readaptação ao futebol brasileiro. O jogador destacou que tem trabalhado semana a semana para evoluir e afirmou que a equipa está a assimilar as ideias do treinador argentino “pouco a pouco”, transformando a crítica atual num pedido de paciência para mostrar serviço.
A Sombra do Real Madrid
O paradoxo de Reinier é evidente: veio para ser uma aposta de recuperação, mas corre o risco de virar “moeda de troca”. Há um dado que explica o pragmatismo do mercado: o Real Madrid pagou € 30 milhões em 2020, e o Diario AS tratou a sua passagem pela Europa como um investimento frustrado, marcado por empréstimos sem consolidação.
Para reverter esse rótulo em 2026, a receita é direta: ganhar minutos, aumentar a participação em golos e entregar a intensidade física que Sampaoli exige.
Análise Moon BH: A Última Cartada
A sensação é que Reinier está a tentar ganhar a disputa mais difícil: contra o relógio e contra a desconfiança. O Atlético-MG tem razões lógicas para pensar num empréstimo ou troca — precisa corrigir a rota e cobrir lacunas no plantel.
No entanto, o clube também tem um argumento para o segurar: se conseguir encaixar o médio, transforma um “problema de elenco” num ativo recuperado, algo que a SAF atleticana valoriza imenso. Para Reinier, 2026 não é apenas “mais uma época”: é a temporada em que ele precisa deixar de ser uma eterna promessa e voltar a ser uma solução real.
