O Santos decidiu ser o protagonista do mercado da bola para 2026, mas a ambição da diretoria esbarra em uma calculadora implacável. O clube retomou as conversas com o Cruzeiro para ter Gabigol por empréstimo e, simultaneamente, monitora a situação de dois nomes de peso do Atlético-MG: Rony e Gustavo Scarpa.
Se no papel o trio formaria um ataque dos sonhos para a Série A, na prática, a operação representa um risco financeiro gigantesco. Somando os vencimentos e as condições de negócio, o “pacote” pode inflar a folha salarial do Peixe em valores que desafiam a lógica do futebol brasileiro, exigindo uma engenharia financeira criativa para não comprometer o caixa da temporada.
Gabigol no Santos: A Divisão de R$ 3 Milhões
A negociação mais avançada — e mais cara — é a do camisa 9. O Santos tenta convencer o Cruzeiro a aceitar um modelo de empréstimo com divisão de custos.
- O Salário: Gabigol recebe acima de R$ 3 milhões mensais na Toca da Raposa.
- O Modelo: O Peixe propõe pagar até 50% desse valor (cerca de R$ 1,5 milhão), deixando o restante na conta dos mineiros.
- O Motivo: O Cruzeiro quer aliviar a folha e o ambiente, enquanto o Santos busca uma “marca” para alavancar marketing e bilheteria em 2026.
Sem essa divisão “meio a meio”, a chance de negócio é zero, já que arcar com o valor integral inviabilizaria qualquer outra contratação.
O “Combo” do Atlético-MG: Rony e Scarpa
Enquanto tenta resolver a questão do centroavante, o Santos olha para Belo Horizonte em busca de oportunidades de mercado, mas esbarra em cifras europeias.

Rony (O Motor): O atacante interessa pela intensidade, mas seu salário no Atlético supera a casa de R$ 1 milhão. Além disso, o Galo prioriza uma venda definitiva para recuperar parte dos € 6 milhões investidos, enquanto o Santos busca modelos mais flexíveis (empréstimo).
Gustavo Scarpa (O Cérebro): A situação do meia é ainda mais complexa. O Atlético pede cerca de € 4,5 milhões (R$ 30 milhões) para vendê-lo. Somado a isso, estima-se que seu salário gire em torno de R$ 1,1 milhão. Trazer Scarpa exigiria, portanto, dinheiro para a compra e espaço na folha para os vencimentos.
A Conta Final: Quanto Custa o Sonho?
Para o torcedor entender o tamanho do movimento, desenhamos o cenário mais “realista” (considerando que o Santos consiga a divisão de salário com o Cruzeiro e traga os outros dois):
- Gabigol (50% do salário): ~R$ 1,5 milhão
- Rony (Salário integral): ~R$ 1,0 milhão
- Scarpa (Salário integral): ~R$ 1,1 milhão
- Total Mensal Estimado: Acima de R$ 3,6 milhões
Isso representa um custo anual superior a R$ 46 milhões apenas com salários de três jogadores, sem contar luvas, comissões ou taxas de transferência (no caso de Scarpa). Tudo isso em um ano onde o clube também discute a viabilidade do retorno de Neymar.
Análise Moon BH: Ousadia ou Risco?

Se o Santos realmente quer montar um “superataque” para 2026, a conta não é apenas contratar — é ter caixa para sustentar o projeto por 12 meses sem virar refém de atrasos salariais e crises de bastidor.
A impressão é que Gabigol só sai do papel se o Cruzeiro topar dividir a conta de verdade, funcionando como uma aposta de marketing. Já Rony e Scarpa parecem mais “oportunidades de luxo” do que um plano fechado: no primeiro, o entrave é o salário alto para um jogador de composição; no segundo, a pedida em euros do Atlético trava a conversa.
Em resumo: dá para sonhar com um time galáctico, mas o sonho precisa vir acompanhado de receitas novas (patrocínio máster, sócio-torcedor), ou o Santos corre o risco de montar um elenco caro e instável antes mesmo do Paulistão começar.