O planejamento financeiro do Atlético-MG para 2026 começou com uma notícia de alívio e lucro. O Palmeiras comunicou nos bastidores que vai exercer a opção de compra do zagueiro Bruno Fuchs, que está emprestado ao clube paulista até o fim deste ano. O acordo prevê o pagamento de € 3,5 milhões (cerca de R$ 22 milhões na cotação atual), valor que deve cair nos cofres da SAF alvinegra nos próximos 30 dias, entre o fim de dezembro e o início de janeiro.
Essa operação é celebrada internamente como um “negócio de manual”: o Galo comprou, utilizou, emprestou para valorizar e agora vende com lucro real, sem precisar desgastar a imagem do clube em leilões de mercado.
A Engenharia do Lucro no Atlético-MG : R$ 5 Milhões no Azul
Para entender o impacto dessa venda, é preciso olhar para o histórico. Bruno Fuchs chegou ao Atlético vindo do CSKA Moscou. Em 2023, o Galo pagou cerca de R$ 17,2 milhões para adquirí-lo em definitivo. Agora, ao repassá-lo ao Palmeiras por R$ 22 milhões, o clube mineiro garante:
- Retorno do Investimento: Recupera cada centavo gasto na compra original.
- Lucro Líquido: Obtém um ganho direto de quase R$ 5 milhões.
- Economia de Folha: Deixa de pagar um ano inteiro de salários (2025, enquanto ele esteve emprestado) e remove definitivamente um custo alto da folha de 2026.

A Origem: A Troca por Caio Paulista com o Palmeiras
O negócio é o desfecho de uma troca desenhada no início do ano. O Galo cedeu Fuchs e recebeu Caio Paulista por empréstimo. Enquanto a situação de Caio ainda é debatida (o Atlético quer mantê-lo, mas tenta abater valores), a de Fuchs foi resolvida pelo desempenho. O zagueiro caiu nas graças de Abel Ferreira pela sua qualidade na saída de bola e polivalência.
O Palmeiras já prepara um novo contrato válido até dezembro de 2029 para o defensor, tratando o valor de € 3,5 milhões como uma “oportunidade de mercado” para um titular pronto.
O Destino do Dinheiro: Financiar a “Faxina”
Para o Atlético, os R$ 22 milhões não ficarão parados. A verba já tem destino carimbado no planejamento de Jorge Sampaoli:
- Rescisões: Parte do valor será usado para bancar os custos de rescisão de contrato de jogadores fora dos planos (a famosa “lista de dispensa”), abrindo espaço na folha.
- Reposição: O restante servirá de entrada para contratações prioritárias, como o volante de marcação (Juan Portilla é o alvo) que Sampaoli tanto pede.
Análise: Venda Estratégica no Atlético-MG
Vender Bruno Fuchs para um rival direto (Palmeiras) poderia ser visto como um erro esportivo em outros tempos. Mas, na realidade atual da SAF, é um acerto estratégico.
O jogador não tinha o perfil de intensidade física que Sampaoli exige para a zaga, mas encaixou como luva no jogo posicional de Abel. O Atlético transforma um ativo que seria reserva em dinheiro vivo para montar o time que seu treinador deseja. É o tipo de pragmatismo que define quem ganha o jogo fora das quatro linhas.