O que deveria ser uma reunião técnica e burocrática do Conselho Deliberativo do Atlético-MG se transformou em um campo de guerra política na última segunda-feira. O encontro, marcado para discutir o orçamento dos clubes sociais (Labareda e Vila Olímpica) – braço da Associação, e não da SAF –, foi “sequestrado” pela ressaca da derrota na final da Copa Sul-Americana para o Lanús.
A reunião era um tipo de reunião de condomínio, iria deliberar sobre temas da associação, como festa junina, reforma de sauna dos clubes etc, mas o clima hostil resultou em bate-boca, acusações de oportunismo e o que pode gerar um processo no Conselho de Ética contra um conselheiro.
O Ataque de Bolivar na Reunião do Atlético:
A confusão começou com um discurso inflamado de Bolivar, ex-comentarista da TV Alterosa. Segundo relatos, ele pediu a palavra e ignorou completamente a pauta do dia (orçamento social). O foco foi um ataque frontal à diretoria pelo vice-campeonato no Paraguai, ocorrido no sábado anterior.
O discurso inflamado gerou uma forte discussão. Outro conselheiro interveio, retrucando a conduta de Bolivar. O argumento foi: aquele não era o foro, nem o momento adequado para cobrar futebol, acusando o colega de usar a dor da derrota para “promoção pessoal”.
O “Tribunal da Internet” e a Ação da Ética
A tese da “promoção pessoal” ganhou força minutos depois. Bolivar postou o ocorrido em suas redes sociais, recebendo apoio de seguidores inflamados pelo resultado de campo, validando a suspeita de que o tumulto teve viés populista.
Um vídeo que o Moon BH teve acesso traz uma contradição. Enquanto Bolivar afirma que “não ofendeu ninguém”, a gravação o mostra falando palavrão e xingando um colega de “babaca mentiroso”.
Ainda durante a assembleia, o presidente do Conselho de Ética pediu a palavra e anunciou que iria instaurar uma apuração para averiguar o possível descumprimento de conduta e decoro por parte de Bolivar.
O Erro de Timing
O episódio deixa uma lição clara para a política alvinegra: marcar uma reunião de conselheiros (que são, antes de tudo, torcedores) apenas 48 horas após uma derrota traumática em final continental é chamar o caos.
A mistura de paixão, política e redes sociais transformou uma pauta administrativa em um tribunal de guerra. O Atlético agora tem dois problemas para resolver: a ressaca moral do time em campo e a pacificação de um conselho que, mesmo na era SAF, continua politicamente efervescente na Associação.