O fantasma do “transfer ban” volta a assombrar a Cidade do Galo, e desta vez o prazo é curtíssimo. O Atlético foi intimado pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF a comprovar, até o dia 27 de outubro, o pagamento de R$ 4,7 milhões (mais custas) ao Cuiabá, referente a parcelas atrasadas da compra do atacante Deyverson em 2024.
A análise do caso revela mais do que uma simples dívida; é um sintoma agudo da fragilidade do fluxo de caixa do clube e uma ameaça direta ao planejamento para 2026.
A Análise da Dívida: Um Problema Recorrente
O imbróglio com o Cuiabá não é um raio em céu azul. Ele se soma a outros episódios recentes que expõem as dificuldades financeiras do Atlético:
- O Caso Scarpa: O clube também enfrenta uma disputa na FIFA por atraso no pagamento ao Nottingham Forest.
- Atrasos em Recebíveis: A diretoria admitiu recentemente que aguarda parcelas de vendas de jogadores que ainda não entraram no caixa.
- Busca por Capital na SAF: A própria busca por novos aportes e a reestruturação da dívida da SAF indicam um cenário financeiro delicado.
A dívida com o Cuiabá, portanto, não é um problema isolado, mas parte de um quadro maior de “estresse de caixa”.
O Poder da CNRD: O Risco Real do ‘Transfer Ban’
A intimação da CNRD é o último aviso. Se o Atlético não comprovar o pagamento integral até o dia 27, o próximo passo é a aplicação de sanções pela CBF, sendo a mais provável e temida o impedimento de registrar novos jogadores (o “transfer ban”).
Isso seria desastroso para os planos de Jorge Sampaoli para 2026, congelando qualquer possibilidade de reforçar o elenco na janela de janeiro. Embora o Cuiabá ameace levar o caso à FIFA, a punição doméstica já é suficiente para causar um estrago enorme.
Veredito: Pagar é a Única Saída Inteligente para o Atlético
A estratégia do Atlético de tratar o processo em sigilo e se manifestar apenas nos autos é protocolar, mas o tempo para soluções criativas acabou. Adiar o pagamento agora significa correr um risco altíssimo por um valor relativamente baixo no orçamento geral do clube.
A única saída inteligente e financeiramente responsável é quitar a dívida até o dia 27. Qualquer outra abordagem seria apostar na morosidade do sistema e colocar em risco todo o planejamento esportivo de 2026 por causa de R$ 4,7 milhões. Para o Cuiabá, a cobrança firme é também um recado ao mercado. Para o Galo, é a conta de uma gestão financeira que opera no limite.