A “profecia” de 2023 se cumpriu da forma mais dolorosa para a Massa. O que era uma declaração de bastidor virou realidade tática: Hulk, o maior ídolo da história recente do Atlético, é hoje reserva no time de Jorge Sampaoli. O ápice dessa nova realidade foi o clássico de ontem (15), quando começou no banco.
A análise do cenário é clara: não se trata de uma simples opção tática, mas de uma colisão inevitável de egos. O Atlético agora vive um dilema: não há espaço para dois “alfas” no mesmo vestiário, e o clube terá de escolher entre seu maior patrimônio e seu técnico de grife.
A “Profecia” no Atlético: O Alerta de 2023
Em agosto de 2023, Hulk revelou no SporTV o que teria ouvido dos bastidores sobre Sampaoli: “Não sei o que vou fazer, mas o Hulk não vai jogar comigo”. A frase, na época, soou como um exagero. Hoje, ela parece um roteiro. Desde a chegada do argentino, o ídolo perdeu a faixa de capitão (por decisão própria) e, agora, a titularidade absoluta.
A Análise: Por que Sampaoli Barrou o Ídolo?
A decisão de Sampaoli não é apenas técnica, é política. É uma demonstração de autoridade. O técnico argentino é conhecido por exigir controle total e por não se curvar a hierarquias de vestiário. Ao colocar Hulk no banco, Sampaoli envia um recado a todo o elenco: ninguém é intocável, e seu sistema de jogo (de pressão incessante e papéis táticos rígidos) está acima de qualquer jogador.

O problema é que Hulk não é “qualquer jogador”. Ele é o símbolo de uma era.
O Contra-Ataque: “Pedir para Sair”
O rumor que surge nesta quinta-feira (16), de que Hulk pode pedir para ser negociado em janeiro, é o contra-ataque lógico e esperado. É a jogada de pressão do ídolo. Com contrato até o fim de 2026, ele não pode ser simplesmente descartado. Ao vazar um possível desejo de saída, ele força a diretoria a tomar uma decisão: “É ele ou eu”.
Veredito: A Crise Contratada
O Atlético contratou um técnico cuja filosofia de trabalho colide diretamente com o status de seu maior ídolo. A diretoria agora está refém de sua própria escolha.
- Se bancar Sampaoli: Risco de uma saída traumática de Hulk, gerando uma crise de imagem e a ira da torcida.
- Se forçar Sampaoli a escalar Hulk: Desautoriza o treinador, quebra seu método de trabalho e provavelmente levará a um desgaste que culminará na saída do próprio técnico.
A “conversa” sobre 2026 que Hulk mencionou parece ter sido antecipada. O Atlético tem menos de três meses até a janela de janeiro para resolver um problema que ele mesmo criou. A era Sampaoli mal começou, e já pode ter data para acabar — ou para acabar com o reinado de seu maior ídolo.