Na saída da classificação heroica para a semifinal da Copa Sul-Americana, na noite de ontem (24), o atacante Hulk revelou que tomou uma decisão de grande impacto: por iniciativa própria, ele deixou de ser o capitão do Atlético. Em um desabafo duro contra a arbitragem brasileira, o camisa 7 explicou que abdicou da braçadeira para “descomprimir o ambiente” e por sentir que há uma “perseguição” e uma falta de critério dos juízes em relação a ele. “Enquanto outros capitães podem dialogar, eu levo cartão”, resumiu o agora ex-capitão.
A crítica à arbitragem e a entrega da faixa
A reclamação de Hulk sobre a arbitragem é um tema recorrente desde sua chegada ao Brasil, mas o gesto de entregar a faixa de capitão eleva a crise a um novo patamar. O atacante sustenta que é advertido por gestos e reclamações que, em outros jogadores, especialmente em outros capitães, passam impunes.
Ele explicou que, ao abrir mão da função, busca “tirar o foco” de suas reações e evitar se tornar um alvo preferencial dos árbitros, o que poderia prejudicar o time com cartões e suspensões. No jogo contra o Bolívar, a braçadeira foi usada pelo zagueiro Lyanco, em um sinal de redistribuição de liderança no elenco.
Leia também: Atlético x Bolívar: Bernard tira nota 8,5 e elenco ganha nota média de 6,5

“Decidi não usar mais a faixa de capitão. Conversei com o Sampaoli, pedi para não usar mais, para não me expor tanto, porque eu não poderia exercer minha função como capitão.”, disse.
O que muda para Hulk e para o time
A decisão de Hulk tem um impacto esportivo e de vestiário. Para o jogador, que vive uma crise técnica e um jejum de nove jogos sem marcar gols com bola rolando, a atitude pode servir para recalibrar o foco exclusivamente em seu desempenho, sem o peso da representação formal do grupo.
Viu isso? Atlético: Horóscopo Futebol tem previsões contra Mirassol e Juventude
Para o técnico Jorge Sampaoli, a mudança pode ser um alívio tático: com menos interrupções por conversas com a arbitragem, o time ganha em fluidez. A entrega da braçadeira a um zagueiro de perfil mais “cartesiano” como Lyanco também reforça a mensagem de busca por maior controle emocional na reta final das competições.
Análise
A atitude de Hulk é um movimento estratégico e inteligente para esvaziar uma polêmica que o estava consumindo. A braçadeira de capitão não pode ser um fardo, e se o jogador sente que a arbitragem usa a função para desequilibrá-lo mentalmente, a melhor resposta é, de fato, sair do foco.
O gesto funciona como um “reset” para o Atlético: redistribui a hierarquia, preserva o maior ídolo de suspensões desnecessárias e protege o plano de jogo para a semifinal da Sul-Americana. Agora, a expectativa é que, com a mente mais livre, Hulk volte a fazer o que sabe de melhor: gols. Quando a bola voltar a entrar, a discussão sobre “perseguição” naturalmente perderá força.