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Atlético: Hulk abre mão da faixa de capitão e desabafa contra ‘perseguição’

Na saída da classificação heroica para a semifinal da Copa Sul-Americana, na noite de ontem (24), o atacante Hulk revelou que tomou uma decisão de grande impacto: por iniciativa própria, ele deixou de ser o capitão do Atlético. Em um desabafo duro contra a arbitragem brasileira, o camisa 7 explicou que abdicou da braçadeira para “descomprimir o ambiente” e por sentir que há uma “perseguição” e uma falta de critério dos juízes em relação a ele. “Enquanto outros capitães podem dialogar, eu levo cartão”, resumiu o agora ex-capitão.

A crítica à arbitragem e a entrega da faixa

A reclamação de Hulk sobre a arbitragem é um tema recorrente desde sua chegada ao Brasil, mas o gesto de entregar a faixa de capitão eleva a crise a um novo patamar. O atacante sustenta que é advertido por gestos e reclamações que, em outros jogadores, especialmente em outros capitães, passam impunes.

Ele explicou que, ao abrir mão da função, busca “tirar o foco” de suas reações e evitar se tornar um alvo preferencial dos árbitros, o que poderia prejudicar o time com cartões e suspensões. No jogo contra o Bolívar, a braçadeira foi usada pelo zagueiro Lyanco, em um sinal de redistribuição de liderança no elenco.

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Foto: Pedro Souza / Atlético

“Decidi não usar mais a faixa de capitão. Conversei com o Sampaoli, pedi para não usar mais, para não me expor tanto, porque eu não poderia exercer minha função como capitão.”, disse.

O que muda para Hulk e para o time

A decisão de Hulk tem um impacto esportivo e de vestiário. Para o jogador, que vive uma crise técnica e um jejum de nove jogos sem marcar gols com bola rolando, a atitude pode servir para recalibrar o foco exclusivamente em seu desempenho, sem o peso da representação formal do grupo.

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Para o técnico Jorge Sampaoli, a mudança pode ser um alívio tático: com menos interrupções por conversas com a arbitragem, o time ganha em fluidez. A entrega da braçadeira a um zagueiro de perfil mais “cartesiano” como Lyanco também reforça a mensagem de busca por maior controle emocional na reta final das competições.

Análise

A atitude de Hulk é um movimento estratégico e inteligente para esvaziar uma polêmica que o estava consumindo. A braçadeira de capitão não pode ser um fardo, e se o jogador sente que a arbitragem usa a função para desequilibrá-lo mentalmente, a melhor resposta é, de fato, sair do foco.

O gesto funciona como um “reset” para o Atlético: redistribui a hierarquia, preserva o maior ídolo de suspensões desnecessárias e protege o plano de jogo para a semifinal da Sul-Americana. Agora, a expectativa é que, com a mente mais livre, Hulk volte a fazer o que sabe de melhor: gols. Quando a bola voltar a entrar, a discussão sobre “perseguição” naturalmente perderá força.

Esportes Redação
Esportes Redação
Jornalista esportivos que trabalham há mais de 15 anos na cobertura diária dos principais clubes brasileiros, com foco em Atlético, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras, Corinthians e Botafogo.