A rivalidade saiu de controle, e o clássico que classificou o Cruzeiro na Copa do Brasil terá seu terceiro tempo no tribunal. A vitória celeste por 2 a 0 foi manchada por cenas lamentáveis que levarão o zagueiro Lyanco, do Atlético, e o próprio Cruzeiro ao banco dos réus do STJD. O estopim foi um chute do jogador em direção à torcida, que respondeu com cantos homofóbicos, prontamente registrados na súmula do árbitro.
O episódio, que dominou o noticiário pós-jogo, abre a porta para punições severas para ambos os lados e reacende o debate sobre os limites da rivalidade no futebol brasileiro. Lyanco foi chamado de “veado” pelos torcedores.
- O que aconteceu com Lyanco no clássico contra o Cruzeiro? O zagueiro do Atlético, Lyanco, chutou uma bola em direção à torcida do Cruzeiro. Em resposta, torcedores proferiram cantos homofóbicos, que foram registrados na súmula do árbitro. Ambos os atos devem ser denunciados e podem gerar punições severas do STJD para o jogador e para o clube mandante.
O Estopim: O Chute e o Histórico de Lyanco
Frustrado com a eliminação, o zagueiro Lyanco chutou uma bola em direção ao setor onde estava a torcida do Cruzeiro. O ato, por si só, já é passível de punição por conduta antidesportiva.
O que agrava a situação do jogador é seu histórico recente de provocações no clássico. Em fevereiro, ele já havia sido alvo de críticas por gestos de conotação sexual para a mesma torcida, o que pode ser usado pela promotoria como um sinal de reincidência. Nas redes sociais, ele fez um post preconceituoso:

A Resposta Criminosa: Os Gritos na Súmula
A reação de parte da torcida cruzeirense foi entoar cantos homofóbicos direcionados ao jogador. O ponto-chave é que o árbitro Rafael Rodrigo Klein registrou o ocorrido na súmula oficial da partida.
Esse relato é a prova material que aciona o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de atos discriminatórios. O STJD tem endurecido as punições para casos de homofobia e, em um precedente histórico recente, chegou a punir um clube com a perda de pontos, mas na Série D. Para o Cruzeiro, o risco de uma multa pesada é baixa, e a possibilidade de sanções mais graves, como a perda de mando de campo, não está descartada, mas não deve acontecer.
Análise Final: O Fim do “Folclore”
O episódio lamentável no Mineirão é um divisor de águas. Ele expõe o pior da rivalidade: a indisciplina de um atleta e a resposta criminosa de uma parcela da torcida. A era de tratar provocações e cantos preconceituosos como “folclore do futebol” acabou. O registro em súmula e o endurecimento do STJD são um recado claro de que haverá consequências.
A tendência é de punições para os dois lados: para Lyanco, por sua atitude antidesportiva, e para o Cruzeiro, por não ter conseguido coibir os cantos em seu estádio. É um capítulo triste, mas que reforça a necessidade de uma transformação cultural urgente dentro e fora de campo.


