A derrota dolorosa para o Grêmio teve um alvo claro para a fúria da torcida: Júnior Santos. Contratação mais cara do Atlético no ano, o atacante foi vaiado na Arena MRV após um erro individual. Na saída de campo, em vez de se esconder, o jogador encarou os microfones, assumiu a responsabilidade e, em um discurso sincero, prometeu dar a volta por cima.
“O torcedor tem toda razão”, admitiu o camisa 9, validando a cobrança que veio das arquibancadas. A sinceridade do atleta foi o primeiro passo para tentar reconstruir a relação de confiança com a Massa Atleticana.
A Pressão sobre o Reforço de R$ 44 Milhões
As vaias não foram por acaso. Contratado junto ao Botafogo no início da temporada por R$ 44 milhões, Júnior Santos ainda não entregou o futebol que o credenciou como um investimento tão alto. Em 24 jogos, marcou apenas dois gols e deu duas assistências, números considerados baixos pela torcida. O erro que resultou no terceiro gol do Grêmio foi o estopim de uma panela de pressão que já fervia.
O jogador, no entanto, apontou um motivo para a oscilação: “Acho que sou uma das únicas das grandes contratações que ainda não tiveram uma sequência. Tenho certeza que vou dar a volta por cima”, desabafou.
O Clássico como Divisor de Águas
A chance para a redenção de Júnior Santos já tem data e palco definidos: o clássico contra o Cruzeiro, pelas quartas de final da Copa do Brasil. O próprio jogador sabe que uma atuação decisiva contra o maior rival é o caminho mais rápido para transformar as vaias em aplausos e justificar o investimento milionário.
Análise: Entre a Cobrança e a Promessa
A postura de Júnior Santos na zona mista foi a mais correta possível. Ao assumir a culpa e concordar com a torcida, ele demonstrou maturidade e evitou criar uma crise maior. No entanto, a Fiel não se contenta apenas com palavras.
A pressão sobre o atacante agora é colossal. O clássico contra o Cruzeiro se tornou, para ele, mais do que um jogo eliminatório; virou uma final pessoal. É a chance de ouro para provar que a promessa de “dar a volta por cima” pode, de fato, começar a ser cumprida.