22 de abril. A data que nos ensinaram a comemorar como o “Descobrimento do Brasil”. Mas será que é isso mesmo? Ou começava ali uma longa história de exploração, apagamento e controle que, de alguma forma, ainda nos prende?
O chamado descobrimento do Brasil marca o início de uma história de exploração. Quando os portugueses aportaram por aqui em 1500, não vieram desbravar terras, mas sim extrair riquezas. Trouxeram a cruz numa mão e a espada na outra. Apagaram a cultura dos povos indígenas, escravizaram, catequizaram à força, levaram nosso ouro, nossa madeira e impuseram um modelo de dominação que ecoa até hoje.
Muitos dizem que o Brasil começou naquele dia. Eu digo que, para muitos, ali começou o fim. O descobrimento do Brasil foi, na prática, uma ocupação que abriu caminho para séculos de desigualdade, dependência e manipulação de fora e de dentro.
Os novos colonizadores
Hoje, os colonizadores mudaram de rosto. Não usam armaduras, mas ternos caros. Não impõem reinos distantes, mas privilégios internos. Vivemos uma democracia de fachada, onde poucos mandam e muitos obedecem. O povo é mantido na ignorância por uma educação precária e se torna refém de programas assistenciais que garantem votos, mas não liberdade.
A escravidão moderna tem outro nome: boletos impagáveis, impostos sufocantes e uma cultura do imediatismo que destrói o pensamento crítico. Cultura diluída. Família atacada. Jovens entregues ao crime. Dados mostram que 54% da população depende de programas sociais, e mais de 61 milhões de brasileiros têm o nome negativado. Isso não é coincidência — é estratégia. Pobreza gera controle.
A “democracia” de fachada
Você escolhe entre os mesmos. Fala o que quiser, desde que não fira as diretrizes. E se buscar justiça, pode ver o peso da lei mudar conforme a ideologia. Isso não é democracia plena — é um teatro.
Como liberal, acredito que cada pessoa deve ser livre para construir sua história. Mas, como pastor, sei que sem valores, sem fé e sem consciência, a liberdade se transforma em escravidão disfarçada. Por isso, o descobrimento do Brasil não pode ser apenas lembrado com festa, mas entendido com lucidez.
A boa notícia é que ainda há esperança. Mas não virá de políticos ou partidos. Virá do povo acordando, da fé sendo vivida, da verdade sendo proclamada. O Brasil só será livre quando o povo deixar de ser massa de manobra. Até lá, 22 de abril será mais luto que festa.
O Brasil precisa ser redescoberto por brasileiros conscientes.