O Mercado Central é a alma de Belo Horizonte, um labirinto vibrante de cheiros, cores e sabores que pulsa no coração da cidade. Mas o que poucos sabem é que, por um capricho do destino, o terreno que hoje abriga o mais famoso ponto turístico e gastronômico da capital estava originalmente destinado a ser um campo de futebol.
A história da transformação de um simples galpão de abastecimento no ícone que conhecemos hoje é tão rica quanto os aromas de seus corredores.
O início modesto e a troca de terrenos
Inaugurado em 1929 pelo então prefeito Cristiano Machado, o Mercado Municipal nasceu como uma solução simples: um grande galpão para abrigar os feirantes que vendiam seus produtos ao ar livre. A curiosidade que muda toda a história está no planejamento original da cidade, concebido por Aarão Reis.
No plano, o local onde hoje fica o mercado estava destinado a ser um centro de esportes, com um campo de futebol. O terreno que seria do mercado era, na verdade, onde hoje funciona a Rodoviária de Belo Horizonte. Uma troca de planos na prancheta dos urbanistas acabou por criar, sem querer, o futuro coração gastronômico da cidade.
A grande transformação: a compra pelos comerciantes
Por décadas, o Mercado Central funcionou apenas como um centro de abastecimento, um lugar de passagem para compras rápidas. A grande virada, que deu ao espaço a alma que ele tem hoje, aconteceu na década de 1970.
Em um movimento ousado e visionário, os próprios comerciantes se uniram em uma cooperativa, compraram o imóvel da prefeitura e assumiram a gestão do espaço.
De centro de compras a ponto de encontro
Foi a partir dessa autogestão que o mercado começou a ganhar a cara que o tornou famoso. Os corredores apertados se encheram não apenas de barracas de queijos, doces e artesanato, mas também de bares e restaurantes que se tornaram lendários.
O que era um lugar de passagem virou um destino de lazer; o ponto de encontro oficial para “sextar” com uma cerveja gelada e um fígado com jiló. A transformação liderada pelos próprios donos das lojas foi o que transformou um simples mercado municipal na verdadeira e pulsante alma de Belo Horizonte.





















