No coração pulsante de Belo Horizonte, na esquina da Rua da Bahia com a Avenida Augusto de Lima, existe um lugar que não é apenas um prédio, mas um personagem vivo da cidade. O Edifício Maletta guarda o segredo mais famoso de BH: uma incrível transformação que o leva de um paraíso cultural durante o dia a um epicentro da boemia quando a noite cai.
Inaugurado em 1957 como um símbolo da modernização da capital, o Maletta rapidamente se tornou um universo à parte, com duas almas distintas que habitam seus corredores.
O Maletta de Dia: O Guardião dos Livros
Durante as horas de sol, o Maletta é um santuário para os amantes da literatura e da música. O segundo andar é um labirinto de tesouros, abrigando alguns dos sebos e livrarias mais tradicionais da cidade.
O ar cheira a papel antigo e a história. É nos corredores silenciosos, entre pilhas de livros raros, discos de vinil e revistas esquecidas, que estudantes, intelectuais e colecionadores se perdem em busca de achados preciosos. É um refúgio da agitação do centro, um lugar de poeira, silêncio e descobertas.
O Maletta à Noite: O Coração da Boemia
Mas quando as luzes da cidade se acendem, o Maletta revela sua segunda alma. A calmaria dos sebos dá lugar ao burburinho dos bares, e a famosa varanda do segundo andar, com sua vista privilegiada para o movimento do centro, se torna um dos pontos de encontro mais democráticos de Belo Horizonte.
O coração dessa transformação é a Cantina do Lucas, um ícone da cidade. Com suas toalhas xadrez e sua cozinha que atravessa a madrugada, o bar é tombado como Patrimônio Histórico e serve como ponto de encontro para todas as tribos: artistas, advogados, estudantes e trabalhadores se misturam em suas mesas, celebrando a noite em um ambiente que respira a história de BH.
É essa dupla personalidade, essa capacidade de ser um refúgio intelectual de dia e uma festa democrática à noite, que faz do Maletta um lugar fascinante e absolutamente essencial para quem quer entender a verdadeira alma da capital mineira.





















