Quem achava que o Enem reinaria sozinho para sempre em Minas Gerais teve uma surpresa nesta semana. A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) mostrou a força de sua marca ao divulgar os números da primeira etapa do seu novo Vestibular Seriado: são mais de 45 mil candidatos inscritos.
O número impressiona não só pela adesão massiva dos estudantes do 1º ano do Ensino Médio, mas também pelo impacto financeiro. Com a taxa de inscrição fixada em R$ 150,00, a estimativa é que a universidade tenha arrecadado cerca de R$ 6,8 milhões apenas nesta fase inaugural.
O “Fator R$ 7 Milhões”: Uma Máquina de Recursos
Para uma universidade pública que vive sob constantes apertos orçamentários, o Seriado surge como uma fonte de receita própria robusta. O cálculo é simples: 45.571 inscritos x R$ 150,00 (valor da taxa cheia) resulta em um montante bruto superior a R$ 6,8 milhões.
Mesmo descontando as isenções (para alunos de baixa renda e escolas públicas), o volume de recursos injetados diretamente no caixa da gestão do vestibular é significativo e inédito nos últimos anos de “Era Sisu”.
Enem x Seriado: O Fim do Monopólio?
A grande dúvida dos pais e alunos é: o Enem acabou na UFMG? Não. A UFMG mantém o Enem/Sisu como porta de entrada principal (para quem já concluiu o ensino médio). O Seriado é uma modalidade adicional, exclusiva para quem está começando o ensino médio agora.
A diferença é estratégica:
- No Enem: O aluno joga tudo em uma prova única ao final do 3º ano.
- No Seriado: O aluno faz uma prova ao final de cada ano (1º, 2º e 3º), acumulando pontos. É menos pressão e mais fidelidade à instituição.
Análise: A UFMG volta a dar as cartas
O sucesso imediato do Seriado (45 mil inscritos é um número que rivaliza com grandes vestibulares tradicionais do país) manda um recado claro: o estudante mineiro confia na marca UFMG e está disposto a pagar para ter uma “segunda chance” de entrar na melhor federal do estado, além da via única do Enem.
Para os cursinhos e escolas de BH, o jogo mudou. A preparação agora começa oficialmente no 1º ano, e o mercado de educação vai ter que correr atrás dessa nova demanda milionária.























