Em um avanço histórico para a saúde pública brasileira, Minas Gerais anunciou nesta quarta-feira (30/4) a ampliação do Teste do Pezinho para a detecção de 60 doenças raras – tornando-se o primeiro estado a implementar integralmente as determinações da Lei Federal nº 14.154, que atualizou o Programa Nacional de Triagem Neonatal.
O governador Romeu Zema fez o anúncio oficial acompanhado dos secretários Marcelo Aro (Governo) e Fábio Baccheretti (Saúde), com a presença de especialistas do Nupad/UFMG, núcleo responsável pelas análises.
Uma revolução nos testes em Minas Gerais
A triagem ampliada representa um salto qualitativo no cuidado com a primeira infância. Entre 1994 e 2024, o programa mineiro já realizou mais de 7 milhões de testes pelo SUS, com capacidade atual de processar 1.000 exames diários. Com a nova fase de expansão, serão incluídas 37 novas condições graves, como:
- Doença de Gaucher
- Mucopolissacaridose Tipo I
- Argininemia
Elas se somam às 23 doenças já rastreadas desde 2022, incluindo Atrofia Muscular Espinhal (AME) e Imunodeficiências Primárias.
Marcelo Aro se emociona

O secretário Marcelo Aro, pai de uma criança com doença rara, emocionou-se ao destacar o impacto humano da medida: “Cada dia sem um diagnóstico, cada hora sem tratamento é uma janela que se fecha, é uma oportunidade que pode nunca mais voltar”.
“Estamos dizendo para cada mãe, para cada pai: ‘seu filho importa. Sua história importa’. Esse é o tipo de conquista que dá sentido ao serviço público: cuidar dos mais vulneráveis desde o primeiro dia de vida”, continuou o secretário.
Como funciona a triagem ampliada
- Coleta: Realizada em todas as 853 UBS mineiras, entre o 3º e 5º dia de vida
- Análise: Processada pelo Nupad/UFMG, referência nacional em triagem neonatal
- Resultado: Disponível digitalmente em até 10 dias
- Ação: Casos positivos acionam protocolos imediatos de confirmação e tratamento pelo SUS
Impacto na saúde pública
- 8.000 pacientes já em acompanhamento contínuo na rede estadual
- Redução de 70% nas sequelas graves por diagnóstico tardio
- Economia estimada em R$ 38 milhões/ano ao evitar internações prolongadas























