Prefeitura de BH pagava R$ 17 mil para funcionário que dizia não exercer o cargo

O prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) exonerou nesta sexta-feira, 20, o chefe de gabinete do vice-prefeito, João Paulo Barros, de suas funções.

O curioso é que a cidade não tem um vice-prefeito há quase 10 meses, quando Alexandre Kalil (PSD) renunciou para se candidatar ao governo do estado e Fuad assumiu a prefeitura.

Na função, Barros recebia um salário de R$ 17.759,79 brutos, que caíam para R$ 12.940,64 com os descontos. João Paulo também exercia a chefia da Assessoria de Demandas Estratégicas, na Secretaria Municipal de Governo.

Sua manutenção no cargo de chefe de gabinete do vice-prefeito contrasta com seu perfil no Linkedin, onde diz que exerceu o cargo somente até março de 2022, quando a cidade deixou de ter um vice-prefeito.

Em outra rede social João Paulo Barros anunciou que estava deixando o cargo no dia da posse de Fuad como prefeito:

“Estar Chefe de Gabinete do Vice-Prefeito da Capital da terceira maior metrópole do país com 24 anos foi um baita desafio… Com a posse do novo Prefeito, encerro esse ciclo memorável e passo com entusiasmo a Chefiar a Assessoria de Demandas Estratégicas da Secretaria de Governo. Vamos trabalhar duro para deixar Belo Horizonte cada vez melhor”.

O Moon BH questionou a Prefeitura de Belo Horizonte por que o funcionário continuava a receber salários de um cargo que anunciava publicamente não exercer mais. Também procuramos João Paulo Barros para dar sua versão. Caso se manifestem, será incluído neste texto.

Gabinete do vice-prefeito gera questionamentos

Esta não é a primeira vez que o gabinete do vice-prefeito gera questionamentos da imprensa. Em dezembro do ano passado a Rádio Itatiaia questionou por que a Prefeitura de Belo Horizonte separou R$ 255 mil do orçamento para o gabinete do vice-prefeito.

Também em dezembro do ano passado o Moon BH mostrou que o ex-prefeito Alexandre Kalil sugeriu a Fuad que demitisse “o namorado do Alberto [Lage, ex-chefe de gabinete de Kalil]”, como se referiu a João Paulo, na ocasião.