O ano era 2017 e um dos principais nomes da Globo Minas, Maíra Lemos, anunciava que estava pedindo demissão do canal após 6 anos à frente do Globo Esporte MG. A notícia pegou todo mundo de surpresa. Afinal, que abriria mão do emprego dos sonhos e do prestígio da Globo para tentar uma carreira sem nenhuma garantia? Ela fez.
Hoje quem entra no Instagram da jornalista, com mais de 150 mil seguidores, se depara com a seguinte apresentação: “A louca que pediu demissão da TV no auge da carreira para morar no mato e ser mãe”.
Mas cinco anos após a saída, parece não ter sido uma decisão tão “louca” assim. Claro que deve ser incrível trabalhar na Globo por causa de toda a estrutura técnica, qualidade etc, mas Maíra acabou provando que existe vida fora da líder.
No período, ela produziu vídeos incríveis para seu canal do YouTube, que acaba de completar 100 mil inscritos, virou palestrante e se tornou uma das principais apresentadoras de eventos corporativos do estado.
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https://www.instagram.com/p/Ch9qF-DgnU7/
Certamente nem ela negaria a importância da Globo Minas em sua trajetória, mas olhando pra Maíra Lemos de hoje, sua decisão não parece nem um pouco “louca”.
Coincidência ou não, parece ter tido um “efeito Maíra” nos anos seguintes. Foi depois dela que nomes como Elisângela Colodeti, Vivian Santos, Gislaine Ferreira, Juliana Perdigão, Vladimir Vilaça e Gabriele Lanza pediram pra sair, mesmo sem nenhum emprego CLT à vista. Todos decidiram embarcar em projetos pessoais.
Por outro lado o canal também soube se reinventar. Nomes como Aline Aguiar, Cadu e Sérgio Marques tiveram uma ótima aceitação do público. Os dois últimos acabaram se tornando queridinhos das donas de casa.
O mercado precisa se reinventar?
Tanta gente deixando o trabalho na televisão para se dedicar a outros projetos pode ser um sinal de inquietação e vontade de fazer mais. É muito difícil mexer em uma grade de programação e a TV aberta tem pouco espaço para testar novos programas. E aí entra a internet.
Já que estamos falando da Maíra Lemos, basta olhar seu canal no YouTube para ver que várias produções atendem a todos os requisitos para irem para a TV.
Pra estancar a perda de talentos, talvez o canal precisará flexibilizar sua exigência de exclusividade. Com certeza deve ser frustrante para um jornalista assistido por milhões ver um adolescente ganhar muito mais (muito mesmo) trabalhando muito menos (muito mesmo) fazendo dancinhas virais na internet.
O que vem por aí
A saída de Samuel Venâncio da Itatiaia para abrir seu próprio canal no YouTube foi considerada um erro estratégico da rádio, já que o único motivo da demissão era a exclusividade nas plataformas da Rádio de Minas.
Enquanto isto Tadeu Schmidt se tornou, no mês passado, o primeiro nome da Globo a ter suas redes sociais vendidas pelo comercial da emissora. Ou todo mundo passa a ganhar mais junto ou os grandes veículos verão seus talentos ganhar mais sozinhos em outro lugar.
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