“O que esses deputados fizeram é o que um pai faz quando o filho pede qualquer barbaridade”, disse Zema na semana passada ao criticar os deputados que derrubaram seu veto em BH para dar reajuste aos servidores de MG.
Alguns podem considerar uma barbaridade, por exemplo, que o governador desse carona para o próprio filho em jatinho particular do Governo de Minas. “Nunca mais Minas vai ser o estado que vai ficar levando governador e seus familiares para compromissos particulares”, bradou Romeu Zema em sua campanha de 2018, sobre Fernando Pimentel dar carona ao filho.
Menos de um ano após ser eleito era o próprio Zema quem era flagrado agindo igualzinho Pimentel. Em 2019, em ao menos duas oportunidades, levou o filho para compromissos particulares de jatinho particular.
Saiu agora: BH poderia diminuir R$ 0,25 na passagem sem a prefeitura dar subsídio, se quiser: chegaria até a 4 reais
O governador se defendeu. Disse que ressarciu o Governo com o preço de uma passagem comercial para o filho. Não seria um sonho se todos nós, mineiros, que pudéssemos andar no jatinho particular do Governo de Minas pagando um preço de passagem da Gol? Pelo menos eu gostaria muito.
Alienação?
Talvez o problema dos políticos milionários seja que eles simplesmente não entendem as dificuldades da população. Um exemplo é ex-prefeito de BH Márcio Lacerda, que descobriu que os ônibus andam lotados porque a população não quer esperar um próximo menos cheio. Gênio.
Talvez por isto Zema tenha comparado o aumento dos servidores à pais que deixam seus filhos usarem drogas: “ah, eu quero comprar isso, compra mesmo não tendo recurso para pagar. Eu quero me drogar. Deixa o filho drogar. A vida não é desse jeito, a vida é feita com responsabilidade”.
Quem sabe se todo servidor pudesse levar os filhos de jatinho do governo como faz Zema e fazia Pimentel, eles não estivessem precisando tanto de um reajuste?