A constante batalha da Fundação Hemominas para manter os estoques de sangue abastecidos se encontra em mais um momento crítico. Dados divulgados pela entidade apontam uma queda de mais de 50% no volume de toda a sua rede, sendo que, no sangue O positivo, a redução foi de 63% e, nos grupos negativos, de 53%. Esses índices são motivo de preocupação, já que a demanda por esses tipos sanguíneos é maior.
Com os bancos mais vazios, o abastecimento das instituições de saúde também fica comprometido. A Santa Casa BH, por exemplo, já tem recebido uma quantidade de sangue abaixo do que necessita, o que tem impactado a assistência aos pacientes, como explica a Gerente da Agência Transfusional do hospital, Camila Costa. “Infelizmente, está ocorrendo atrasos nas transfusões, nos procedimentos cirúrgicos e nos exames diagnósticos, bem como nos procedimentos invasivos, que são indispensáveis para a continuidade dos tratamentos. Só não tivemos um impacto maior nos cancelamentos de cirurgias, devido ao gerenciamento eficiente do nosso estoque, ao alinhamento dos processos internos e à parceria com o Hemominas”, explica.
A Hemominas é responsável por 95% da cobertura hemoterápica em Minas Gerais e abastece, aproximadamente, 600 entidades de saúde, sendo a Santa Casa BH a maior demandante. Para se ter uma ideia, a instituição realiza uma média de 1.500 transfusões por mês, um número muito alto. Por outro lado, é fundamental ressaltar que cada doação de sangue pode salvar até quatro vidas e que somente esse ato solidário é capaz de reverter a baixa nos bancos de sangue.
Contudo, a mobilização social em torno dessa causa esbarra em grandes dificultadores, sendo o principal deles, cultural. “A doação de sangue não faz parte da cultura das pessoas, principalmente se essa doação for voluntária ou quando não é direcionada a um paciente específico. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), só 1,6% das pessoas doam sangue e, desse total, em torno de 40% são doadores de reposição”, pontua Camila.
Pandemia e inverno também agravaram cenário
Outro fator que vem impactando as doações para a Fundação Hemominas é a pandemia de COVID-19. A situação se agravou, porque, com os riscos de transmissão pela doença, a população ficou mais receosa em sair de casa, até mesmo para comparecer ao hemocentro. Somado a isso, o inverno e os períodos de feriado prolongado também afastam os doadores.
Posteriormente, até a vacinação refletiu na queda. Isso porque existe um período de inaptidão para doar, após as doses. Para as vacinas disponíveis até o momento, os prazos são:
● Coronovac/Sinovac: 48 horas
● AstraZeneca/Fiocruz: 7 dias
● Pfizer/BioNTech: 7 dias
● Janssen-Cilag: 7 dias
● Sputnik V: 7 dias
● Covaxin/Bharat Biotech: 48 horas
● Moderna: 7 dias
Agende sua doação
Entre os requisitos básicos para doar sangue, é preciso estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 Kg, estar bem descansado e alimentado no momento da doação e apresentar documento original e oficial com foto.
Com a pandemia, a Hemominas também definiu critérios para doadores que foram infectados ou que tiveram contato com pessoas que testaram positivo para a COVID-19, além daqueles que apresentaram sintomas respiratórios.
Para saber todas as informações e agendar a sua doação, é muito simples: basta entrar em www.hemominas.mg.gov.br ou baixar o aplicativo MGapp.
“Muitos pacientes precisam de sangue nesse momento e a Santa Casa BH conta com a solidariedade de todos para salvar cada vez mais vidas”, finaliza Camila.