O governador Romeu Zema (Novo), nunca teve uma relação perfeita com o seu partido, que também não está em sua melhor fase com ele.
Na semana passada a relação ficou ainda pior quando foi revelado que o primeiro governador do Novo vai entregar o Estado com um déficit ainda maior do que recebeu de Fernando Pimentel (PT). Em boas palavras, entrega mais quebrado do que quando recebeu.
A projeção está na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e pode ser revista até 2022. O valor também não considera correção monetária.
Em 2018, Pimentel deixou as contas com dívida de R$ 11,2 bilhões. Segundo a projeção, Zema deixará com R$ 12,4 bilhões. São R$ 1,2 bilhão a mais.
Partido Novo está furioso
Quando venceu Pimentel e Antônio Anastasia (PSDB), o partido Novo comemorou. Pretendia fazer do novo governo de Minas Gerais um exemplo para conquistar novos cargos no Brasil em 2022. Algo do tipo “viram como somos bons? Vejam Minas Gerais”.
Só que a gestão Zema está longe de ser um exemplo. O próprio Novo chegou a entrar no STF contra o governador, que queria dar um aumento de 42% para os policiais militares do estado. Terminou em 12%, ainda sob protestos.
A notícia de que seu primeiro governador deixa o estado em situação ainda pior da recebida pelo PT só piorou as coisas.
Zema pode mudar de legenda
Romeu não confirma as especulações, mas é provável que no ano que vem não concorra à reeleição pelo partido de João Amoêdo.
Dois motivos podem influenciar em sua escolha. A primeira é a dificuldade de articulação que o Novo tem, o que dificultou sua vida com o legislativo mineiro.
Segundo, o partido desembarcou do Governo Bolsonaro e será contra sua reeleição. Zema sabe que sem o capitão, sua reeleição fica ainda mais distante. Não se surpreenda se quando Bolsonaro escolher seu partido, o empresário mineiro decidir o acompanhar.
O vice Paulo Brant já desembarcou do Novo.