Quem vence na loteria acaba ficando pobre?

Existe um grande mito na sociedade sobre os grandes vencedores na loteria. Por causa de alguns apostadores que não souberam administrar bem as fortunas que receberam e acabaram perdendo tudo pouco tempo depois, o senso comum acredita que estes casos pontuais acabam se tornando uma regra geral.

Esta crença generalizada já foi satirizada pelo humorista Leandro Hassum em sua trilogia de filmes de grande sucesso: Até que a sorte os separe. Um cidadão comum recebe uma grande bolada, acaba gastando tudo descontroladamente e, ao final, fica sem nenhum tostão. As histórias hilárias mostradas nas películas ajudaram a popularizar a balela.

Este “boato” não começou no Brasil. Desde os anos 70, o mito do vencedor que fica pobretão se espalhou pelo mundo, para o delírio de alguns invejosos e daqueles que se costuma dizer que possuem “espírito de porco”, pois ficam felizes com a desgraça alheia.
Apesar de chamar muita atenção, casos em que ganhadores perdem tudo pouco tempo depois são bem menores do que o daqueles que mudam de vida para sempre. A Megasena paga os maiores prêmios do Brasil, mas loterias como a Lotofácil, a Quina ou a DuplaSena não ficam muito atrás…

Será que o jackpot da Quina é bom o suficiente para você? Na última Quina de São João, o valor pago foi de 140 milhões de reais! Achou pouco? É claro que não, né? Para conseguir perder todo este dinheiro, o ganhador precisaria se esforçar muito ou confiar em pessoas erradas na hora de investir.

A melhor dica possível para quem ganha na loteria e tem pouca experiência com investimentos financeiros é ser cauteloso. A ganância de fazer a quantia se multiplicar rapidamente é causadora da maioria das perdas. E colocar todo o dinheiro recebido em um único investimento também não é nada aconselhável.

O mundo não foi construído em um único dia, já diz aquele velho ditado. O melhor a ser feito, rapidamente, é colocar o dinheiro na poupança, ir viajar, esfriar a cabeça, curtir um pouco o descanso que a mudança de vida vai te proporcionar e, só depois, pensar na dura realidade a ser enfrentada.

Em outros países, os vencedores são obrigados a mostrarem suas identidades publicamente, o que não acontece no Brasil. Isto é muito importante por uma questão de segurança. Além de parentes desconhecidos aparecerem para reivindicar parte do prêmio, muitos “interesseiros” se predispõem a ajudar, mas com segundas intenções. 

O canadense Randall Rush foi vencedor de um prêmio de 50 milhões de dólares, em 2015. Ao saber que havia ficado milionário, abandonou o emprego e começou a realizar investimentos em áreas desconhecidas. A maioria dos negócios não deu certo e ele teve que ir à justiça para reaver parte dos valores gastos.

Rush escreveu dois livros sobre suas experiências como ganhador da loteria. Ele afirmou que passou por bons e maus momentos, mas que, ao final, o saldo foi amplamente positivo. O escritor afirma que, apesar da aproximação de certas pessoas – as quais se refere como “Sugadores de sangue” – ele conseguiu ser bem sucedido, tornando-se empresário.

Para mudar de vida de maneira definitiva, planejadores financeiros de empresas como a norte americana Our Family Office afirmam que seria preciso ganhar valores maiores a 2 milhões de dólares. Abaixo desta quantia, a possibilidade do dinheiro acabar antes do final da vida é muito grande, devido a fatores inesperados, doenças e o custo de vida.

Os bons prêmios pagos pela loteria brasileira ultrapassam e muito esta quantia, portanto dá pra ficar rico pra sempre por aqui. Basta jogar e torcer!

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Publicitário, jornalista e pós-graduado em marketing, é editor do Moon BH e do Jornal Aqui de BH e Brasília. Já foi editor do Bhaz, tem passagem pela Itatiaia e parcerias com R7, Correio Braziliense e Estado de Minas.