Mais de cinco anos após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, o trabalho dos cães farejadores do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) continua sendo reconhecido como fundamental para o sucesso de operações de busca e resgate no estado.
Nesta sexta-feira (30), a CMBH realiza uma audiência pública para discutir o aprimoramento do treinamento desses animais, por meio de um tema sensível: o uso de segmentos amputados e cadáveres humanos.
A audiência será realizada às 14h no Plenário Camil Caram, e poderá ser acompanhada presencialmente ou pelo canal do YouTube da Câmara. O debate foi proposto pelo vereador Sargento Jalyson (PL), autor de um projeto de lei que visa permitir a utilização de material biológico humano doado para o adestramento de cães farejadores vinculados a órgãos de segurança pública.
Cães treinados salvam vidas
Segundo o CBMMG, os cães possuem faro e audição extremamente aguçados, o que os torna indispensáveis em casos de desastres naturais, deslizamentos, desabamentos e pessoas desaparecidas em áreas de mata.
Em muitos desses cenários, um cachorro bem treinado pode detectar o cheiro de uma vítima a mais de 300 metros de distância, uma capacidade inalcançável por seres humanos, cujos sentidos são consideravelmente mais limitados.
Projeto polêmico, mas com respaldo técnico
O deputado argumenta que o uso de simulacros sintéticos, embora importante, não reproduz com fidelidade as variáveis olfativas de operações reais.
Por isso, o uso de materiais biológicos reais, como membros amputados e corpos doados para ensino, traria maior eficácia ao adestramento. “A vivência sensorial proporcionada, sob supervisão ética e sanitária, resultaria em cães mais precisos e operadores mais confiantes”, defende Sargento Jalyson.
A proposta tem levantado discussões éticas, mas também conta com apoio de especialistas em segurança pública e resgate, que consideram o uso regulamentado de restos humanos uma forma de salvar vidas em situações futuras.























