O retorno do técnico Jorge Sampaoli ao Santos está cada vez mais perto, mas um obstáculo crucial trava o anúncio oficial. Embora as bases salariais estejam praticamente alinhadas, uma “guerra de poder” nos bastidores, focada na autonomia para contratações e na gestão do elenco, se tornou o principal impasse para o acerto definitivo entre o clube e o treinador argentino.
O Projeto Esportivo e as Exigências de Sampaoli
Mais do que o salário, Sampaoli está preocupado com as condições de trabalho. O técnico, conhecido por seu estilo de jogo de alta pressão e controle total, deixou claro em suas exigências que precisa de poder para montar o elenco.
Fontes indicam que ele pediu garantias de investimento em reforços para a defesa, setor que considera carente para sua filosofia, e um alinhamento claro sobre o papel de Neymar dentro de seu planejamento tático.
Em resumo, Sampaoli não quer ser apenas o treinador; ele quer ser o comandante do futebol, com voz ativa na montagem do time para brigar por títulos.
O Salário Milionário e os Limites do Santos
Financeiramente, o Santos está preparado para fazer um grande investimento. A proposta em discussão gira em torno de 5 milhões de dólares por temporada (cerca de R$ 29 milhões anuais, ou R$ 2,4 milhões por mês), um valor compatível com o status do treinador. O valor é mais que o dobro do que ele recebia em sua primeira passagem, em 2019, quando já era o técnico mais bem pago do Brasil.
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No entanto, a diretoria do Santos, através do CEO Pedro Martins, já mandou um recado claro: o clube não pretende “entregar as chaves” do departamento de futebol. Há um orçamento para 2025 que não será ultrapassado, e a decisão final sobre as contratações continuará sendo da diretoria, em um modelo de gestão mais centralizado.
A negociação, portanto, evoluiu de uma discussão de números para uma de filosofia. O acerto agora depende de quem vai ceder: o Santos abrirá mão de parte de seu controle para ter o técnico que deseja, ou Sampaoli aceitará trabalhar com menos autonomia do que está acostumado? A resposta para essa pergunta definirá o futuro do comando técnico da Vila Belmiro.