A reformulação do Palmeiras para 2026 começou pela defesa, e a ordem veio de cima. O técnico Abel Ferreira deu o aval para que a diretoria negocie dois jogadores que chegaram com status de promessa, mas que agora são vistos como ativos de mercado para financiar a renovação do elenco: o lateral argentino Agustín Giay e o zagueiro Micael.
Juntos, os dois custaram cerca de R$ 70 milhões aos cofres alviverdes. A decisão de vendê-los não é apenas técnica, é estratégica: o clube quer transformar o potencial dos atletas em dinheiro vivo para buscar reforços mais experientes.
Giay: O Ativo de R$ 127 Milhões do Palmeiras
O caso de Agustín Giay é o mais valioso. Contratado por US$ 7,5 milhões (R$ 41,6 milhões) em 2024, o argentino de 21 anos tem mercado na Europa.
- O Plano: O Palmeiras trabalha com uma pedida na faixa de R$ 120 a 127 milhões para liberá-lo. Clubes da Espanha e Inglaterra monitoram.
- O Lucro: Se a venda se concretizar nesse patamar, o Verdão triplica o investimento inicial e abre espaço para um lateral mais pronto.
Micael: Aposta que Virou Moeda de Troca
Já o zagueiro Micael, comprado por US$ 5 milhões (R$ 28,5 milhões), não se firmou como titular absoluto. Apesar de útil, ele é visto como negociável para abrir vaga a um defensor “cascudo”. O mercado interno e a MLS são os destinos prováveis, com o Palmeiras buscando recuperar o investimento ou lucrar com uma venda definitiva.
Análise: A Coragem de Mudar

A decisão de Abel mostra que o ciclo de “apostas jovens” na defesa pode estar dando lugar a uma busca por “certezas”. O Palmeiras quer vender bem para comprar melhor. Se conseguir arrecadar perto de R$ 150 milhões com a dupla, a diretoria terá caixa para trazer os titulares incontestáveis que faltaram na final da Libertadores de 2025.
Se o Palmeiras conseguir vender bem e repor com qualidade, a narrativa em 2026 será a de um clube que:
- soube monetizar ativos no auge,
- corrigiu rota após um vice dolorido,
- e manteve o elenco competitivo em padrão de título.
Se errar a mão — vender barato, repor mal ou não repor —, o torcedor vai olhar para trás e perguntar:
“Valia mesmo abrir mão de um lateral jovem avaliado em mais de R$ 100 milhões e de um zagueiro que custou quase R$ 30 milhões justamente quando o elenco precisava de continuidade?”
Por enquanto, o que existe é uma certeza:
Abel Ferreira já autorizou. A bola agora está com a diretoria — e com o mercado.