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Palmeiras clube corta regalias de Abel, muda hierarquia e clima azeda após derrotas

A derrota na final da Libertadores para o Flamengo e a perda do título brasileiro causaram um terremoto silencioso na Academia de Futebol. A diretoria do Palmeiras, liderada por Leila Pereira, decidiu mudar a postura em relação ao técnico Abel Ferreira. O português, antes tratado como intocável, teve suas “regalias” cortadas e viu seu poder interno ser limitado.

A decisão não é de demissão – Abel fica para 2026 –, mas de enquadramento. O clube entende que o treinador “perdeu a mão” em alguns momentos da temporada (como ao admitir a derrota no Brasileirão antes da hora) e que é preciso reorganizar a hierarquia.

As 3 Regalias que Entraram na Mira do Palmeiras

Nos bastidores, a diretoria identificou privilégios que não condizem com um ano de fracasso esportivo:

  1. Fim das Folgas Estendidas: As viagens frequentes de Abel e sua comissão para Portugal durante as Datas Fifa, com dias a mais de descanso, geraram incômodo. A ordem agora é presença constante no CT para corrigir erros.
  2. Perda de Autonomia no Mercado: Abel não terá mais poder de veto absoluto ou carta branca para pedir reforços específicos. O departamento de análise de mercado e a diretoria de futebol (Anderson Barros) terão voz mais ativa na montagem do elenco de 2026.
  3. Controle de Narrativa: O clube quer evitar que o técnico use as coletivas para criticar a diretoria ou criar crises externas (como as falas sobre “cansaço” e arbitragem).

O Recado de Leila: “Ninguém é Maior que o Clube”

A mudança de postura de Leila Pereira é clara. Ao rebater publicamente as queixas de Abel sobre arbitragem antes da final, a presidente sinalizou que a lua de mel acabou. A renovação até 2027 está mantida, mas sob novas condições: Abel será cobrado como funcionário, e não mais reverenciado como salvador.

Análise: O Risco da Ruptura

O corte de privilégios é um movimento arriscado. Pode servir como um “choque de realidade” necessário para tirar o time da zona de conforto e recuperar a fome de títulos, ou pode ser o início de um desgaste irreversível na relação entre comissão técnica e diretoria.

Em 2026, Abel Ferreira terá que provar que consegue vencer sem ter o controle total das chaves do clube. Se o time não responder, o “castigo” de Leila pode virar o primeiro capítulo de um divórcio traumático.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.