Às vésperas da final da Libertadores, o Palmeiras vive uma ebulição política. A presidente Leila Pereira, reeleita até 2027, admitiu publicamente pela primeira vez que pretende alterar o estatuto do clube para viabilizar um inédito terceiro mandato consecutivo, o que a manteria no poder até 2030. O plano envolve vencer a Libertadores.
A declaração, dada em Lima, é uma mudança radical de discurso. Há quatro meses, Leila negava a intenção. Agora, com o time em alta e o apoio de parte do Conselho, ela abre o jogo sobre o plano de continuidade que pode redefinir a história política do Verdão.
O Estatuto Atual do Palmeiras vs. O Desejo de Leila Pereira
Hoje, o estatuto do Palmeiras permite apenas uma reeleição (totalizando dois mandatos de 3 anos). Leila, que cumpre o segundo, estaria impedida de concorrer em 2027. Para ficar até 2030, ela precisa que o Conselho Deliberativo aprove uma mudança na regra, liberando o terceiro mandato consecutivo.
- O Argumento: A gestão vitoriosa (títulos, superávit, Abel Ferreira) justifica a continuidade para consolidar o projeto.
- A Oposição: Grupos contrários chamam a manobra de “golpe branco” e temem a perpetuação de poder e o fim da alternância democrática.
“Que golpe é esse?”: A Defesa da Presidente

Leila Pereira rebate as críticas com firmeza. “Se os conselheiros quiserem, o tema será votado. Quem decide são os sócios”, declarou. Ela nega ambições na CBF e reforça que seu foco é manter o Palmeiras no topo da América.
O plano é claro: aproveitar o momento de euforia (possível título da Libertadores) para pautar a mudança estatutária logo após o fim da temporada, surfando na onda de aprovação da torcida e dos conselheiros que veem nela a garantia de estabilidade financeira (Crefisa/FAM).
A declaração vem no mesmo dia em que Abel Ferreira confirmou que vai renovar contrato com o clube até 2027, recebendo um salário maior do que Vitor Roque.
Mas é consenso de que para o plano dar certo e Leila se consolidar para um terceiro possível mandato na frente do Verdão, trazer a Libertadores para casa é essencial. Com as poucas chances de vencer o Brasileirão, a torcida espera esse bom resultado.
Análise: O Risco do Personalismo
A tentativa de Leila de esticar seu poder até 2030 coloca o Palmeiras diante de um dilema histórico. De um lado, a eficiência de uma gestão que transformou o clube em potência. Do outro, o risco de moldar as regras da instituição à vontade de uma única pessoa.
Se a mudança passar, Leila Pereira poderá completar 9 anos no comando, um ciclo de hegemonia raríssimo no futebol brasileiro moderno. O debate entre “continuidade” e “democracia” promete ser tão quente quanto a final contra o Flamengo.