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Palmeiras consegue tudo que queria e Abel já comemora 2026

Para o Palmeiras, a maratona não é uma ameaça, é o seu habitat natural. O anúncio do novo calendário da CBF para 2026, que promete revolucionar o futebol nacional a partir de janeiro, foi recebido na Academia de Futebol com a serenidade de quem já opera no limite há anos.

A verdadeira notícia não é o cansaço, mas como o elogiado planejamento de Abel Ferreira e da diretoria será colocado à prova mais uma vez para transformar um calendário desgastante em uma vantagem competitiva. Enquanto muitos clubes se assustam com a sobrecarga, o Verdão a encara como a trilha sonora de sua hegemonia.

Agora, o planejamento pode acontecer pensando em um longo prazo em que fica mais fácil pensar em elenco quando há um certo alívio em número de partidas, o que sempre prejudicou o andamento do ano, na visão da diretoria.

O Novo Mapa da Mina: As Mudanças da CBF para 2026

O calendário da CBF, elaborado com uma visão de planejamento até 2029, não é apenas uma sobrecarga de datas, mas uma reformulação estrutural que exigirá adaptação imediata .

A tabela abaixo resume as principais mudanças que impactam diretamente o Palmeiras:

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CompetiçãoPrincipais Mudanças em 2026Impacto no Palmeiras
Campeonato BrasileiroInício em 28 de janeiro e término em 2 de dezembro, com sobreposição inicial com os estaduais .Maratona de quase 11 meses; demanda gestão de elenco desde o primeiro semestre.
Campeonatos EstaduaisReduzidos para 11 datas, disputados de 11 de janeiro a 8 de março .Paulistão mais enxuto, mas com reta final concomitante ao início do Brasileirão.
Copa do BrasilExpansão para 126 clubes; times da Série A entram apenas na 5ª Fase; final em jogo único em 6 de dezembro .Redução de 1 a 3 datas para o clube, que terá mais tempo para se preparar .

Além disso, a criação de novos torneios regionais, como a Copa Sul-Sudeste, demonstra o esforço da CBF em democratizar o calendário para a base da pirâmide, ainda que o foco dos grandes clubes permaneça nas competições de maior prestígio .

Abel Ferreira e a Filosofia do “Elenco, não Time”

Diante de um cenário que pode facilmente ultrapassar a marca de 70 jogos na temporada, a filosofia do técnico Abel Ferreira se mostra mais visionária do que nunca. O pilar do sucesso palmeirense reside na gestão minuciosa de minutos e na crença inabalável de que se deve ter um “elenco para duas equipes” de alto nível, e não apenas um time titular.

Há algumas semanas, quase que prevendo a alteração, Abel Ferreira já visava a perspectiva de novas mudanças no time.

A fala do comandante, poucas semanas antes do anúncio oficial, soa como um prenúncio da estratégia: “Dar os parabéns. Há cinco anos estou aqui e várias vezes critiquei a CBF porque era preciso fazer o que ninguém quer, mexer onde ninguém quer. Decisões difíceis tornam a vida fácil no futuro”.

Abel já enxergava a necessidade de mudanças estruturais, e agora colherá os frutos de um planejamento que prioriza a rotatividade de peças sem perder a identidade tática ou a competitividade.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.