Para o Palmeiras, a maratona não é uma ameaça, é o seu habitat natural. O anúncio do novo calendário da CBF para 2026, que promete revolucionar o futebol nacional a partir de janeiro, foi recebido na Academia de Futebol com a serenidade de quem já opera no limite há anos.
A verdadeira notícia não é o cansaço, mas como o elogiado planejamento de Abel Ferreira e da diretoria será colocado à prova mais uma vez para transformar um calendário desgastante em uma vantagem competitiva. Enquanto muitos clubes se assustam com a sobrecarga, o Verdão a encara como a trilha sonora de sua hegemonia.
Agora, o planejamento pode acontecer pensando em um longo prazo em que fica mais fácil pensar em elenco quando há um certo alívio em número de partidas, o que sempre prejudicou o andamento do ano, na visão da diretoria.
O Novo Mapa da Mina: As Mudanças da CBF para 2026
O calendário da CBF, elaborado com uma visão de planejamento até 2029, não é apenas uma sobrecarga de datas, mas uma reformulação estrutural que exigirá adaptação imediata .
A tabela abaixo resume as principais mudanças que impactam diretamente o Palmeiras:
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Além disso, a criação de novos torneios regionais, como a Copa Sul-Sudeste, demonstra o esforço da CBF em democratizar o calendário para a base da pirâmide, ainda que o foco dos grandes clubes permaneça nas competições de maior prestígio .
Abel Ferreira e a Filosofia do “Elenco, não Time”
Diante de um cenário que pode facilmente ultrapassar a marca de 70 jogos na temporada, a filosofia do técnico Abel Ferreira se mostra mais visionária do que nunca. O pilar do sucesso palmeirense reside na gestão minuciosa de minutos e na crença inabalável de que se deve ter um “elenco para duas equipes” de alto nível, e não apenas um time titular.
Há algumas semanas, quase que prevendo a alteração, Abel Ferreira já visava a perspectiva de novas mudanças no time.
A fala do comandante, poucas semanas antes do anúncio oficial, soa como um prenúncio da estratégia: “Dar os parabéns. Há cinco anos estou aqui e várias vezes critiquei a CBF porque era preciso fazer o que ninguém quer, mexer onde ninguém quer. Decisões difíceis tornam a vida fácil no futuro”.
Abel já enxergava a necessidade de mudanças estruturais, e agora colherá os frutos de um planejamento que prioriza a rotatividade de peças sem perder a identidade tática ou a competitividade.